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Vendas no varejo caem 1,4% pelo segundo mês consecutivo

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Pelo segundo mês consecutivo, as vendas de comércio e varejo tiveram queda. É o que mostra a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada ontem (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre maio e junho, as vendas tiveram um recuo de 1,4%. Somando-se os últimos 12 meses, a queda das vendas no segmento é de -0,9%.

Entre as oito atividades investigadas, sete tiveram queda no período analizado; porém, duas se destacam por terem registrado os piores resultados: tecidos, vestuário e calçados, com recuo de -5,4%, e hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, cuja queda foi de -0,5%.

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Cristiano Santos, gerente da pesquisa, analisou os resultados do setor de tecidos, que atualmente está num patamar 9,9% menor do que o período pré-pandemia: “Essa atividade teve uma queda intensa na passagem de maio para junho. Ao longo do ano, houve altas ligadas a uma nova estratégia adotada por essas empresas de também se lançar no comércio eletrônico, de fazer vendas virtuais de forma mais forte do que se fazia antigamente, já que, nesse setor, experimentar um produto antes de comprar é muito importante”,

Já em relação às vendas de varejo nos mercados, Santos explicou: “A atividade de hiper e supermercados teve uma influência importante da inflação ao longo do primeiro semestre do ano. Entre abril e maio, houve variação de 4% na receita e de 1% no volume de vendas, indicador em que a pesquisa já desconta a inflação. De maio para junho, essa atividade teve queda de 0,5% no volume, mas variou 0,3% em receita. Isso significa que há amplitude menor da inflação, mas o suficiente para que o volume tivesse uma variação negativa, apesar de a receita ficar no campo positivo”.

O único setor que apresentou alta durante o período foi o de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, que registrou aumento de 1,3%. Contudo, o motivo não foi dos melhores, ao menos para os consumidores. Santos afirma que a alta do segmento deveu-se ao aumento do preço dos remédios, e não do volume de vendas. "Esse é um tipo de produto que, na maioria das vezes, você não consegue substituir. Isso aumenta o dispêndio de uma família que pode ter que gastar nessa atividade e diminuir o consumo em outras", finaliza o especialista.