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Vamos Juntos pelo Brasil e o discurso de Lula – a União dos Divergentes contra os Antagônicos

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A emoção da militância contagiou a diversidade de lideranças políticas tão distintas. Revelou a presença da maior união partidária, sindical e de movimentos sociais da história das eleições brasileiras. E oficialmente fez ressurgir o candidato prometido. Lula subiu ao palco e fez o seu discurso mais longo e detalhado sobre um futuro governo desde que voltou a circular pelos espaços públicos.

O lançamento do Movimento Vamos Juntos pelo Brasil focou na união e na soberania. Sempre ressaltando as diferenças entre o período petista, comparou a atual gestão aos seus números. E, para o futuro, manteve o foco na reconquista da democracia e na luta por independência e soberania.

Nenhuma área escapou do que foi nomeado como soberania: Lula fez questão de iniciar pela integração regional, pela priorização do patrimônio energético, pelo papel crucial dos Bancos Públicos, pelo fortalecimento dos BRICS, Mercosul, UNASUL, CELAC, pela importância estratégica de estatais como a Eletrobras e a Petrobras.

Reafirmou seu compromisso com os direitos trabalhistas, com o combate à fome, a industrialização, a valorização dos pequenos e médios agricultores... Garantiu a mesma atenção das outras gestões aos direitos humanos e à preservação ambiental. Afirmou que a prioridade será a geração de emprego e renda, a valorização do salário mínimo, a dignidade das famílias trabalhadoras. Ressaltou a necessidade do Estado voltar a investir em educação e pesquisa científica, no fortalecimento do SUS e na cultura como bem de primeira necessidade, transformando-a em uma indústria geradora de empregos e riquezas. Conclamou mais uma vez a participação popular, a ressurreição das conferências públicas regionais e nacionais, assegurando a presença da sociedade civil na construção de políticas públicas...

Falou à tão famigerada (e importante) classe média, lembrando que a qualidade de vida caiu para todos, assim como o consumo e a segurança no futuro.

A “revolução democrática e pacífica” de Lula recai mais uma vez no desenvolvimento econômico com inclusão social. As alianças com setores múltiplos da sociedade e da classe política foi dada como condição sine qua non da reconstrução do País. A governabilidade é mais difícil e importante do que as eleições, lembrou. “O Brasil voltou ao passado sombrio que havia superado”, e será preciso unir antigos contendores para “construir nosso futuro no dia a dia, em tempo real”. Assim, a presença de Alckmin e de outros antigos opositores foi sacramentada. Citou Paulo Freire e a necessidade de “união dos divergentes contra os antagônicos”. Lembrou que esse foi o cerne do discurso do candidato a vice-presidência e também seria de sua gestão.

No entanto, apesar da ampla aliança, nesta campanha a noção de soberania, de independência, foi mais valorizada do que em qualquer outra anterior. O papel do Estado como indutor do desenvolvimento e o antiprivatismo, garantia do patrimônio nacional, nunca foram tão exacerbados e claramente expostos, malgrado o passado político de novos aliados.

Entre o passado e o futuro, as mesmas demandas que a maior parte da sociedade, essa imensidão de excluídos, sustenta com esperança. Em séculos de história, tivemos somente um breve gosto de justiça social na boca por pouco mais de uma década. “Renascemos nos nossos filhos, renascemos nos nossos netos, renascemos nos nossos bisnetos” para lutar por um Brasil maior e mais justo. Como afirmou o presidente Lula, “nunca foi tão fácil escolher”. Agora é ir para as ruas e, sem medo, garantir tanto a eleição como a reconstrução do nosso País.