A Federação Única dos Petroleiros (FUP), a Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro) e o Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro-AM) decidiram entrar com recurso no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) contra a venda, sem restrições, da refinaria Isaac Sabbá (Reman) da Petrobras, em Manaus (AM).
Segundo a FUP, a operação de venda ao grupo Atem é questionada também por empresas distribuidoras como Raízen, Fogás, Equador e Ipiranga, que apontam riscos de desabastecimento, de práticas abusivas e de fechamento de mercado.
Leia também:
- Em dia de decisão-chave, eletricitários farão protesto contra privatização da Eletrobras
- Especialistas debatem alternativas para conter alta dos combustíveis
“A venda da Reman é uma fraude explícita à concorrência; um negócio realizado abaixo do preço de mercado e que vai gerar mais um nocivo monopólio regional privado, com prejuízos aos consumidores de combustíveis da região”, ressalta o presidente da Anapetro, Mário Dal Zot, observando que a Reman é a única refinaria da região Norte, responsável pelo abastecimento local.
O preço negociado pela Petrobras para a venda da Reman ao grupo Atem é cerca de 70% inferior ao seu valor em comparação com os cálculos estimados em estudo realizado pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep).
A refinaria, negociada em agosto do ano passado, foi avaliada pelo Ineep pelo valor mínimo de US$ 279 milhões, quando o valor negociado pela estatal com o comprador foi de US$ 189 milhões.
“A venda da Reman está longe de ser concluída e vamos barrá-la. É um dos mais absurdos casos de monopólio privado regional no refino, tanto que praticamente todas as empresas que atuam nesse mercado também foram ao CADE questionar a operação”, destacou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.
Desmonte
A privatização da Reman segue em linha com o desmonte da Petrobras. No final do ano passado, foi concluida a venda refinaria baiana Landulpho Alves (Rlam) ao fundo árabe Mubadala.
Segundo a FUP, depois de três meses da privatização da Rlam - rebatizada de Refinaria de Mataripe -a Bahia se tornou o estado brasileiro com o combustível mais caro do Brasil.
Com informações da FUP