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Setembro Amarelo alerta para saúde mental de bancários

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Imagem do site Recontaai.com.br

No Brasil, setembro foi escolhido como mês de prevenção ao suicídio e transformou-se em uma importante reflexão anual sobre saúde mental.

De acordo com o último estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) realizado em 2016, somente nas Américas, cerca de 100 mil pessoas por ano tiram suas próprias vidas. Contudo, como reflexo do isolamento social imposto pela pandemia, a previsão é a de que esses números aumentem.

As doenças mentais como depressão, transtorno bipolar e abuso de substâncias são as maiores causas dos suicídios. E, em tempos de crise econômica e social, tendem a ter seus sintomas agravados.

O chefe de Saúde Mental e Abuso de Substâncias da OPAS, Renato Oliveira e Souza afirmou: “Neste ano de 2020 nos encontramos em circunstâncias muito inesperadas e desafiadoras devido ao enfrentamento da pandemia da Covid-19″. No mesmo sentido, o especialista explicou: “O impacto do novo coronavírus provavelmente afetou o bem-estar mental de todos. E é por isso que neste ano, mais do que nunca, é fundamental que trabalhemos juntos para prevenir o suicídio”.

Como surgiu o Setembro Amarelo?

Não foi de uma só vez que o mês de setembro virou um marco no ano para falar de saúde mental. Tudo começou com o suicídio de Mike Emme, de 17 anos, em 1994. Ele era um jovem alegre e dono de um carro antigo que pintou de amarelo. Nem seus amigos, nem sua família esperavam que ele tirasse sua própria vida. Em seu velório, seus conhecidos fizeram uma cesta com fitas amarelas e mensagens que chamavam outros a pedir ajuda caso sentissem necessário.

Assim, a cor ficou associada à solidariedade com as pessoas que precisavam de ajuda e tinham pensamentos suicidas.

Desde 2003, o dia 10 de setembro foi escolhido como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Já no no Brasil, a campanha começou a tomar forma no ano de 2015. Dessa forma, anualmente são iluminados de amarelo símbolos e espaços públicos para gerar a reflexão sobre o tema.

Bancários têm depressão e outros sofrimentos psíquicos

Se no Brasil o suicídio já causa mais mortes do que doenças como AIDS e alguns tipos de câncer, em algumas categorias específicas as taxas são ainda mais preocupantes. É o caso dos bancários, profissionais que foram extremamente exigidos durante a pandemia. Por isso, sindicatos e associações de empregados – como é o caso da Fenae – lançaram campanhas por todo o País.

“Não Sofra Sozinho” é o tema da campanha lançada pela Fenae e direcionada aos empregados da ativa e aposentados da Caixa. De acordo com Fabiana Matheus, Diretora de Saúde e Previdência da Fenae, “A intenção da campanha é despertar a solidariedade entre os colegas de trabalho e fomentar o debate acerca do tema durante o ano inteiro”.

No mesmo sentido, Fabiana Matheus prossegue: “Lutamos para que os bancos, em especial a Caixa, implementem uma política séria de saúde do trabalhador, em especial com relação à saúde mental. Não dá mais para adiar esse debate”.

O tema é sensível, mas precisa ser abordado. Em 2018 a entidade encomendou uma pesquisa sobre a “Saúde do trabalhador da Caixa” e as conclusões foram assustadoras. Depressão, stress e angústia com metas abusivas – entre outros indicadores de sofrimento mental – tiveram grande aumento entre os empregados.