Desde novembro de 2019 uma série de mudanças tem ocorrido na estrutura física e organizacional da Caixa Econômica Federal. Com o chamado processo de reestruturação, cerca de 170 imóveis utilizados pelo Banco Público serão vendidos ou não terão seus contratos de aluguel renovados.
As mudanças promovidas na reestruturação têm levado à transferência de funcionários para novos locais de trabalho. E sem avisos com prazos que permitam os trabalhadores se prepararem. “Está tudo sendo feito às escuras, sem comunicado prévio”, critica Sergio Takemoto, presidente da Fenae.
Áreas que não envolvem o atendimento direto ao público têm sido afetadas, como as gerências executivas de Governo (Gigov) e de Habitação (Gihab), responsáveis pelo assessoramento ao planejamento urbano de municípios.
Funcionários antigos têm sido transferidos para trabalho em agências, sem treinamento para a função, da qual estão distantes há tempos, ou até mesmo nunca ocuparam.
Para Takemoto, há uma tentativa deliberada da direção da Caixa de esvaziar o Banco em alguns setores estratégicos e diminuir o quadro de funcionários.
“O que ela quer é forçar os empregados mais antigos a aderirem ao plano de demissão voluntária, e da forma mais cruel. Fazendo transferências arbitrárias, colocando pessoas para trabalhar em locais distantes”, explica Takemoto.
Caso não haja a adesão, as transferências cumpririam o objetivo de diminuir o déficit de empregados nas agências. Ou melhor, tentariam: “Esses empregados sendo transferidos não suprem. É necessária uma nova contratação. Mas isso não é aventado. O que está em jogo é a redução do número de funcionários e a redução de áreas de atuação da Caixa”.
A reestruturação ainda abrange áreas ligadas às vice-presidências Rede de Varejo (Vired), Tecnologia e Digital (Vitec) e Logística e Operações (Vilop), além de gerências como as de Tecnologia (Gitec), de Logística (Gilog), de Segurança (Giseg) e de Alienação de Bens Móveis e Imóveis (Gilie), com filiais que devem ser extintas e parte das atividades transferidas para novas centrais.
A situação foi levada pela Fenae, em conjunto com a Contraf, ao Ministério Público do Trabalho. As entidades pedem que o órgão investigue e apure como as transferências têm sido utilizadas para pressionar os funcionários do Banco.