A diferença entre a inflação e os reajustes salariais atingiu em julho de 2021 o maior valor quando se leva em conta um período de doze meses. Em outras palavras, naquele mês houve a maior perda salarial. Os dados são do Boletim Salariômetro, divulgado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
A inflação de doze meses acumulada em julho foi de 9,2%. Os reajustes salariais ocorridos no mês passado, entretanto, significaram um aumento médio de 7,6%. Isto significa uma defasagem de cerca de 1,6% - ou seja, o quanto o salário encolheu na prática pela redução do poder de compra.
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O parâmetro inflacionário utilizado foi o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a variação de preços vivenciada por famílias cuja faixa de renda é de 2 a 5 salários mínimos. Gastos domésticos, como alimentação e a conta de luz pesam mais neste índice do que em outros.
Projeções de algumas instituições financeiras privadas apontam que o INPC acumulado para 12 meses deve continuar subindo pelo menos até setembro, quando deve bater a marca de 10%. A expectativa é que haja uma baixa posteriormente, mas sem uma redução abaixo dos 7% até os primeiros meses de 2022.