Estudo realizado pelo Banco Mundial busca entender o custo de países aa América Latina e do Caribe se manterem saudáveis durante a pandemia
A América Latina lida com problemas econômicos e de saúde desde a invasão dos europeus em 1492. Porém, esses dilemas se acentuaram ainda mais com a pandemia de Covid-19.
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Para avaliar o custo dos países da região se manterem saudáveis, o Banco Mundial realizou um grande estudo sobre o tema, levanto em conta os impactos da crise sanitária. Para tanto, produziu documentos, realizou pesquisas, fez projeções para as atividades econômicas e utilizou imagens de satélite.
O cenário brasileiro
Os impactos da pandemia causaram uma retração na economia brasileira da ordem de 9,7% só no segundo trimestre de 2020. Nesse sentido, os setores da indústria e o de serviços (segmento que é o maior empregador do País) foram os que mais sofreram liderando a queda, segundo o Banco Mundial.
O sofrimento que a crise gerou recaiu principalmente sobre os trabalhadores e trabalhadoras informais, sendo que a participação na força de trabalho diminuiu e a taxa de desemprego subiu para 13,3%.
Contudo, na análise do Banco Mundial, esse cenário poderia ter sido ainda pior se não houvesse o auxílio emergencial R$ 600,00 para os que perderam o emprego e a fonte de renda.
Segundo o Banco Mundial, a escala do programa foi tal que, apesar da desaceleração econômica, estima-se que a taxa de pobreza tenha caído abaixo de seu nível pré-crise.
O custo dos países se manterem saudáveis
Mesmo com um pacote fiscal do governo da ordem de 11,1% do Produto Interno Bruto (PIB), a crise não acabou. Porém, diminuiu. Outro fator de preocupação – atual e para o futuro – apontado no relatório refere-se ao aumento da dívida bruta do governo, que pulou de 75,8% do PIB em 2019, para 85,5% em junho de 2020 e com projeções de chagar a 96% em 2022.
Em relação à economia brasileira para esse ano, o Banco Mundial projeta queda de 5,4% no PIB. Essa é uma previsão otimista que contraria as primeiras projeções feitas, que chegaram a uma queda de até 9%. O motivo da reavaliação foi a concessão do auxílio emergencial, as baixas taxas de juros e a suspensão do confinamento.
Porém, a chegada de uma segunda onda da pandemia no Brasil pode desencadear a necessidade da adoção de uma nova política de distanciamento social e confinamento. Isso prejudicaria a retomada da economia que, segundo projeta o Banco Mundial, o PIB deverá ser de 3% em 2021 e 2,5% em 2022.
Projeções futuras
Segundo as pesquisas avaliadas pelo Banco Mundial para fazer o estudo, o índice de pobreza deve diminuir em 2020 devido ao apoio do governo às familias, como o pagamento do auxílio emergencial. Contudo, há uma tendência de que a queda da pobreza seja revertida assim que o benefício deixar de ser pago.
Isso acontece porque há temor de que o mercado de trabalho não consiga absorver o grande número de desempregados. Hoje, o desemprego atinge 13,8 milhões de trabalhadores e trabalhadoras.
O grande número de contaminados por Covid-19 também deixará a sua marca. O Banco Mundial aposta que enquanto não houver melhora nas políticas de saúde pública, o país não conseguirá avançar. Nesse sentido, não é apenas o SUS que é observado, mas também a capacidade de um combate centralizado à pandemia e o respeito às medidas de isolamento pela população.
O espaço fiscal – ou quantidade possível de gasto público – será bem mais limitado em 2021 principalmente pelo Teto de Gastos. Isso colocará em risco tanto medidas de auxílio à população, quanto o investimento em áreas chave, como saúde, educação e infraestrutura.