A crise energética no Texas, que ocorre desde 10 de fevereiro e considerada por muitos como a maior da História dos Estados Unidos, colocou em xeque a privatização dos serviços de fornecimento de luz. Com mais de 4 milhões de domicílios, nos melhores casos, recebendo energia de forma intermitente, o mercado completamente desregulado no estado tem sido apontado como um dos fatores para a situação.
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O Wall Street Journal, publicação tradicionalmente com linha editorial liberal, apontou o óbvio: a promessa feita há 20 anos, quando o serviço de distribuição foi totalmente privatizado no Texas, de melhores serviços com preços mais baixos simplesmente não se realizou.
O fornecimento de energia não resistiu a uma tempestade de neve. Além disso, segundo os cálculos do jornal, a privatização fez com que os pagamentos durante essas décadas fossem 28 bilhões de dólares a mais do que se o serviço fosse mantido no modelo anterior.
Crítica à privatização da energia no Brasil
Por aqui, há também reações ao envio de uma Medida Provisória ao Congresso que pretende impulsionar a privatização da Eletrobras.
Paulo de Tarso, presidente da Confederação Nacional dos Urbanitários, chamou a tentativa de venda da estatal brasileira de “crime de lesa-pátria”, que resultará no “aumento abusivo das contas de luz”.
“Haverá um aumento significativo, imediato, de mais de 16% nas contas de energia, segundo os dados da própria Agência Nacional da Energia Elétrica”, explica.
Lembrando que a empresa não apresenta um comportamento deficitário estrutural, Tarso rejeita a ideia de que é necessário vender o patrimônio público para recompor o caixa do Estado brasileiro: “O argumento de eventuais benefícios é falso. O governo espera arrecadar R$ 16 bilhões com a venda, a dívida supera 5 trilhões. É uma gota no oceano. Vale a pena entregar uma empresa fundamental para o desenvolvimento por tão pouco?”, questiona.
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