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Privatização da CEB segue o mesmo caminho de Goiás: visando só lucros

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O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, segue a mesma linha do presidente Bolsonaro quando o assunto é privatização. Tanto que sua intenção era vender 51% da Companhia Energética de Brasília (CEB) mas, no fim, ele resolveu que 100% da empresa pública deve ser entregue para a iniciativa privada.

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São várias as desculpas usadas para vender empresas públicas, mas duas delas afetam diretamente o cidadão: qualidade e custo do serviço. Quem nunca ouviu aquela “lenda urbana” de que se a empresa pública for privatizada, o serviço prestado irá melhorar e o valor pago pelo consumidor irá diminuir?

A moradora de Valparaíso, Luciana Jerônimo Bento, ouviu essa história. Mas a realidade que ela enfrenta após a venda da Companhia Energética de Goiás (Celg) para a Enel Brasil é completamente diferente. “O serviço piorou e as contas de energia passaram a vir cada vez mais caras”, conta.

Luciana mora com o marido e um filho em uma casa de 45m² e não se conforma com o valor que paga na conta de luz. “Quando era Celg, minha conta variava entre R$ 140 e R$ 180. Agora com a Enel, ela não para de subir”, conta indignada ao lembrar que a fatura do último mês foi R$ 360.

Muitos podem falar que as contas estão mais caras porque o serviço prestado está melhor. Ledo engano. De acordo com Luciana, desde a privatização a dor de cabeça com a distribuição de energia só aumenta.

“Os picos de energia aumentaram significativamente e os canais de atendimento são péssimos. Quando você consegue solicitar uma visita técnica, ela demora muito para acontecer. Sem contar que agora o corte é com 30 dias de conta atrasada”, explica a moradora de Valparaíso.

Vale destacar que a Enel Brasil é uma das empresas que está na corrida para colocar as garras na CEB e lucrar com o patrimônio do povo brasileiro.

CEB será entregue ao capital estrangeiro

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As empresas públicas pertencem aos brasileiros e, por isso, os governantes precisam investir para que os serviços prestados por elas sejam de qualidade. Mas no Distrito Federal, o entendimento do governador é completamente diferente.

O preço mínimo de venda da CEB foi fixado em R$ 1,424 bilhão, conforme duas avaliações econômico-financeiras contratadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No entanto, Ibaneis Rocha espera embolsar entre R$ 2 bilhões e R$ 2,5 bilhões com essa privatização.

No dia 13 de outubro, acionistas da CEB se reuniram em uma assembleia geral extraordinária que terminou com a aprovação do processo de privatização da empresa.

Populares tentaram impedir a venda da companhia de energia movendo uma ação pública à Justiça. Mas o juiz titular da 4ª Vara Cível de Brasília, Giordano Resende Costa negou, nesta segunda-feira (19), a liminar.

Seis empresas estão na corrida pelo controle da CEB. São elas: CPFL, Neonergia, Equatorial, Energisa, Enel e EDP, quase todas controladas por capital estrangeiro.

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Empregados passarão por PDV

Não é só a população que perde com a venda da CEB. Os empregados também serão prejudicados, pois o processo de privatização será acompanhado por um plano de demissão voluntária (PDV).

A empresa pública tem hoje um quadro com 900 empregados e o PDV deve atingir pelos menos 120 deles. Os interessados em aderir ao plano terão direito à rescisão com indenização no valor de 70% do salário por dois anos. A CEB também irá pagar aviso-prévio integral e 40% de multa sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

De acordo com a companhia, a expectativa é alcançar os servidores que se aposentarão em até dois anos, após o fechamento do acordo. Além disso, espera uma redução de 25% na folha de pagamento.