O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, pediu demissão nesta quarta-feira (29) após vir a público relatos de assédio sexual sofrido por funcionárias do Banco Público. Quem assume a presidência da Caixa é Daniella Marques Consentino, braço direito do ministro da Economia Paulo Guedes.
A exoneração a pedido Guimarães e a nomeação de Consentino como a nova presidente da Caixa foram publicadas ainda no final desta quarta em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).
A queda de Guimarães começou com a denúncia feita na noite de terça-feira (28) pelo site Metrópoles. O jornal publicou vários depoimentos de mulheres que sofreram assédio sexual em viagens do Caixa Mais Brasil com o presidente da Caixa.
Pelos relatos das funcionárias é possível perceber como ele usa o seu poder para intimidar mulheres e conseguir o que quer com elas. Inclusive, Guimarães prometia ascensão profissional dentro da Caixa para as funcionárias assediadas sexualmente.
O Ministério Público Federal (MPF) do Distrito Federal está investigando o caso que corre sob sigilo judicial.
LEIA TAMBÉM:
- Assédio: "São estarrecedores os relatos de funcionárias da Caixa", lamenta a deputada Erika Kokay
- Caixa: Pedro Guimarães cancela imprensa e leva esposa para apresentação do ano Safra 2022/23
Repercussão
Após a denúncia do Metrópoles, entidades que defendem os empregados da Caixa cobraram apuração dos casos e a saída de Guimarães. A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) disse que o afastamento de Pedro Guimarães deveria ser imediato em respeito à segurança de todos os empregados do banco.
O Comitê Popular de Luta e Defesa da Caixa recebeu com estarrecimento e repugnância os graves fatos relativos à repetidas condutas de assédio sexual e moral do presidente da Caixa. O Comitê também se solidarizou com as empregadas vítimas dessa "prática inaceitável e doentia" e as parabenizou pela coragem de denunciar os fatos.