Para combater a desinformação ambiental, um grupo de especialistas em Meio Ambiente lançou uma plataforma de checagem de notícias sobre a situação no Brasil.
Fakebook.eco é a mais nova plataforma de checagem de dados e notícias sobre a questão ambiental. Segundo Suely Vaz, especialista sênior em políticas públicas do Observatório do Clima e ex-Presidente do Ibama, a ideia é “ajudar a corrigir inverdades divulgadas não apenas pelo ministro, mas de forma geral”. Vaz também completa: “A ideia é que a página seja uma referência para a verificação de informações no campo da política ambiental”.
A ex-presidente do Ibama afirma que a ideia surgiu na equipe de comunicação do Observatório do Clima. Nesse sentido, explica que o jornalista Cláudio Ângelo e seu grupo de trabalho se basearam no sucesso do Agromitômetro, uma ferramenta que analisa as notícias – ou mentiras -divulgadas sobre o agronegócio.
Contudo, apesar da base no Agromitômetro, a ferramenta Fakebook.eco é mais sofisticada. O objetivo perseguido pelo Observatório do Clima e outras entidades é a consolidação de informações corretas sobre o Meio Ambiente e a sua disponibilização a todos. Para tanto, haverá uma equipe dedicada bem como a colaboração de parceiros.
Será possível ver na plataforma as falácias mais frequentes e os maiores mitos, além de uma seção para enviar conteúdos suspeitos.
Por que a situação atual fez necessária uma plataforma de checagem?
“O governo Bolsonaro está optando, desde o início, pela desconstrução da Política Nacional do Meio Ambiente, pela inação nesse campo de políticas públicas”, afirma Suely Vaz.
Com experiência de 30 anos na área, a ex-presidente do Ibama conhece por dentro as possibilidades do Estado de levar a questão ambiental. Por isso, ela fala sem meias palavras sobre a falta de ação de Ricardo Salles, o representante do governo Bolsonaro na pasta.
Assim, Suely Vaz completa: “Entre outros problemas, [o governo] assumiu uma narrativa contra a fiscalização e as normas ambientais que têm impulsionado o desmatamento, o garimpo ilegal e outros ilícitos”.
Essa questão de colocar à frente de pastas com as quais não concorda pessoas que a destroem não é novidade no governo Bolsonaro. Ao contrário, pesquisadores já cunharam conceitos que ressaltam a prática, por exemplo “o caos como método” e “loucura como método“. Isso explica situações como a de Ricardo Salles, Sérgio Camargo e Rubem Novaes.
Definitivamente, o Brasil está se tornando um pária internacional também pela falta de cuidado à questão ambiental. “O País está perdendo o controle dos crimes ambientais e tende a sofrer consequências irreversíveis com isso”, explicita Suely Vaz. E completa: “Está na hora da sociedade exigir mudanças nesse quadro de omissão governamental”.
*Ricardo Salles faz aniversário no dia 8 de junho.