Pular para o conteúdo principal

Pibinho de 1,1%: Economia apresenta baixo crescimento pelo terceiro ano seguido

Imagem
Arquivo de Imagem
Imagem do site Recontaai.com.br

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (4) os dados revistos do Produto Interno Bruto (PIB) de 2019. As informações consolidadas apontaram que, em relação a 2018, houve crescimento de 1,1%, confirmando três anos seguidos de baixo crescimento.  

A expansão de 1,1%, além de confirmar o baixo crescimento, representa um patamar inferior ao verificado nos dois anos anteriores. Em 2017 e 2018, as taxas de crescimento foram de 1,3%.  

Professor de Economia da Universidade de Campinas (Unicamp), Márcio Pochmann destaca que o resultado do PIB poderia ter sido negativo caso o governo não tivesse adotado medidas contrárias ao seu próprio discurso.  

Além disso, apontou que os números comprovam o distanciamento entre as projeções do Executivo e a realidade. No primeiro ano de governo Jair Bolsonaro, durante a tramitação da principal medida econômica – a Reforma da Previdência – áreas do governo chegaram a estimar um crescimento de 2,5%, caso a medida fosse aprovada.  

“Em 2019, a economia brasileira confirmou, mais uma vez, a desconexão entre promessas prévias e realidade concreta. Um ano cujo comportamento geral da atividade econômica não foi negativo devido medidas heterodoxas tomadas no segundo semestre de estímulo ao consumo, destoando do receituário neoliberal orientado pelo lado da oferta, com a redução de custos – do trabalho, fiscais e juros”, diz.  

Pochmann faz referência principalmente à liberação extraordinária de saques do FGTS, estimulando a demanda. Segundo ele, esse modelo é frágil e expõe o País a grande variações oriundas da economia mundial. 

“Para 2020, o descompasso entre promessas e realidade concreta ficou ainda mais evidente. A economia não apresentava rumo sustentável e a chegada da epidemia de dimensão global do coronavírus aponta para maior contração”, disse.

“Em não havendo reversão da condução da economia atual por parte do governo Bolsonaro, recuperar simples medidas heterodoxas adotadas desde Temer, dificilmente se terá o resultado esperado [de crescimento vigoroso]”, finaliza.

O PIB, soma de toda riqueza produzida na forma de produtos e serviços, totalizou R$ 7,3 trilhões em 2019. Foram registradas altas na Agropecuária (1,3%), na Indústria (0,5%) e Serviços (1,3%). O IBGE reviu os resultados divulgados anteriormente após dúvidas sobre dados informados pelo setor de Comércio Exterior do Ministério da Economia.