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PIB de 2022 terá relação direta com as eleições, aponta cientista político

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De acordo com Alberto Carlos Almeida, cientista político, sociólogo e professor universitário, o PIB de 2022 pode ditar os rumos das eleições

Em recentes declarações, o ministro da Economia, Paulo Guedes, já mostrou que o governo está de olho na reeleição em 2022.

"Nós jogamos na defesa nos primeiros três anos, controlando despesas. Agora vem a eleição? Nós vamos para o ataque. Vai ter Bolsa Família melhorado, BIP [Bônus de Inclusão Produtiva], o BIQ [Bônus de Incentivo à Qualificação], vai ter uma porção de coisa boa para vocês baterem palma."

Paulo Guedes

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Contudo, de acordo com o cientista político, sociólogo, escritor e professor universitário, Alberto Carlos Almeida, há uma variável importante a ser colocada nessa conta: o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Como se comportará o PIB de 2022?

Alberto Carlos Almeida explica que dada a atual situação de incerteza, projetar o comportamento do Produto Interno Bruto para o ano que vem é difícil: "A rigor, é impossível prever".

Entretanto, o professor aponta os possíveis impactos do resultado do PIB - positivo ou negativo - nas eleições do Brasil em 2022. Segundo ele, há três pontos de importante análise em relação ao crescimento econômico que poderá vir no ano que vem.

A tendência do PIB brasileiro

Conforme explica o professor, o crescimento brasileiro no médio prazo tende a ser baixo - o chamado de PIB Potencial. "Ele tende a ser na média de 2% ao ano, podendo variar muito por causa de fatores aleatórios ano a ano", disse.

No mesmo sentido, o professor prossegue: "Não sabemos onde vai cair, por exemplo, nessa eventual variação aleatória, o crescimento do eleitoral de 2022".

Os dados do PIB do primeiro trimestre de 2021 foram positivos; porém, não expressivos. O crescimento foi de 1,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Essa alta se deu principalmente ao agronegócio, cujo crescimento foi expressivo.

Porém, setores importantes da economia puxaram para baixo o crescimento do PIB. Entre eles, destacam-se os serviços e o consumo das famílias, ambos componentes correlacionados na opinião do professor.

No setor de serviços encontram-se 62,4 milhões de trabalhadores, segundo o IBGE, tornando-o o maior empregador do Brasil. Com o fechamento de bares, restaurantes, hotéis e parques entre outros, por conta da pandemia, muitos empregos foram perdidos.

Aumenta a importância da vacinação para o PIB de 2022

A solução para a reabertura dos negócios é a vacinação. Mas ainda que a população brasileira seja vacinada até o final deste ano, não se sabe quantos negócios resistiram fechados, bem como os empregos.

"Agora a força dessa retomada será importante na eleição", aponta Almeida. Em outras palavras, a depender do tamanho da retomada do PIB de 2022 Bolsonaro ou seu opositor mais forte, Lula, ficarão em vantagem.

Se houver uma retomada pujante, o governo atual será beneficiado. Se a retomada foi mediana, Almeida acredita que quem se beneficará será Lula, caso se candidate.

A retomada de empregos e o impacto na avaliação do governo

Hoje, o presidente é avaliado entre ótimo/bom por 25% da população. De acordo com Almeida, é um cenário ruim para o governo. Sob o mesmo ponto de vista, o professor explica que ainda que Bolsonaro atinja 30% nas avaliações de ótimo/bom, provavelmente perderia.

Por outro lado, caso atinja 35% de ótimo/bom nas pesquisas de avaliação, é possível que Bolsonaro reviva o mesmo cenário das eleições de 2014, quando Dilma ganhou por 3 pontos percentuais sobre Aécio Neves.