No 6º episódio de Desastres Ambientais: Brasil 2019, Suely Vaz fala sobre a poluição por óleo nas praias brasileiras. Desastres Ambientais: Brasil 2019 é uma websérie com a ex-presidente do IBAMA, que faz um balanço dos principais desastres ecológicos do ano.

Desde o final de agosto, o governo brasileiro sabe sobre a grande mancha de óleo que chegou ao litoral brasileiro. Mangues, áreas de reprodução de animais e praias – que sustentam a economia de muitos estados – estão poluídos.
Até hoje, não se sabe a origem do poluente espalhado no litoral brasileiro. E o governo demorou muito para começar a agir para remediar o desastre, causando apreensão na população e uma série de prejuízos econômicos, sociais e de saúde pública.
O acionamento do Plano Nacional de Contingência foi feito apenas 41 dias depois do primeiro registro das manchas. Além da demora, o plano foi acionado com deficiências, impedindo que o controle fosse eficiente e que a tragédia fosse menor. Um dos fatores que mais contribuiu para as deficiências de acionamento do plano foi a política de extinção dos órgãos colegiados. Isso acarretou uma desestruturação organizacional do Plano Nacional de Contingência.
O óleo expõe a fragilidade das políticas de Estado
Segundo Suely Vaz, se fosse feito em tempo, o acionamento do Plano Nacional de Contingência poderia ter evitado as maiores tragédias do vazamento do óleo. Era possível tentar “controlar o óleo no mar ainda, offshore, antes de chegar à praia e às áreas mais ricas em diversidade”.
A equipe de emergência ambiental do IBAMA esteve lá desde o segundo dia, porém, sem funcionários suficientes para conter uma emergência desse tamanho. Aliás, a extensão do desastre ocorrido só será realmente quantificada em alguns anos. Para isso, há a necessidade de pesquisa científica. Elas devem ser feitas não só para conhecer a realidade, mas também para lidar com ela.
Resta saber se ainda haverá universidades, bolsas e estrutura para que elas existam.