Seminário promovido pelo Instituto Lavoro debate as transformações e evoluções no mundo do trabalho no Ocidente.
Com palestrantes de cinco países -Itália, França, Estados Unidos, Espanha e Brasil – o IV Seminário Internacional do Instituto Lavoro acontece nesta quinta e sexta-feira, em São Paulo. O evento tem como eixo de reflexão “a tomada de consciência sobre a era do totalitarismo neoliberal” e, este ano, o tema em debate é “o futuro do trabalho e o trabalho do futuro”.
A abertura aconteceu nesta manhã, com a participação de entidades como a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia e representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT). A crise da democracia, seus causadores, catalizadores e consequências dominaram o debate.
Relações trabalhistas estão na base da democracia
Os palestrantes italianos Gianni Arrigo – advogado e professor de Direito do Trabalho da Faculdade de Economia na Universidade de Bari, Itália, e Federico Martelloni, professor Associado em Direito do Trabalho na Universidade de Bolonha, membro da Coalizão Cívica e conselheiro comunal da cidade de Bolonha, participaram da primeira mesa.
Gianni Arrigo falou que a relação entre Europa e América Latina é longa. Nos anos 1980, países da América do Sul se referenciaram no Direito Trabalhista aplicado na Itália para elaborar suas Constituições e leis sobre o tema. Porém, segundo Arrigo, o que vemos hoje é a “sulamericanização” da Itália na questão desses direitos. Contratos intermitentes, por tempo determinado, sem proteções e garantias jurídicas claras assolam os trabalhadores na Europa hoje.
“A perda da qualidade das relações de trabalho” foi a frase utilizada pelo professor como resumo da situação atual.
Já Frederico Martelloni enfatizou que a diminuição da proteção individual e coletiva é um elemento da crise democrática. Segundo Martelloni, havia um tripé que atualmente está se transformando com uma velocidade assustadora – trabalho, direito e democracia. Com isso, as mudanças na vida das pessoas serão imensas e é preciso propor saídas construídas coletivamente.