O número de mulheres pretas e pardas - classificações do IBGE que compõem juntas o conceito de mulheres negras - que trabalham por conta própria com CNPJ aumentou 36% em um intervalo de dois anos. É o maior percentual por segmento registrado no período.
Segundo um levantamento de Janaína Feijó, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-IBRE), 674,6 mil mulheres negras trabalhavam nestas condições no terceiro trimestre de 2019, imediatamente anterior à pandemia. Já no terceiro trimestre de 2021, o número absoluto era de 921 mil, equivalente à alta de 36,5%.
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Ainda assim, as mulheres negras são o menor grupo dos trabalhadores autônomos com CNPJ. Com um total estimado de 6,2 milhões no terceiro trimestre deste ano, o grupo representa 14,8%.
Do outro lado, o número de homens brancos que trabalham com CNPJ foi a 2,3 milhões de pessoas no mesmo período, um avanço de 23,4% e que representa 36,7% do total. O número de mulheres brancas - 1,4 milhão ao final do terceiro trimestre de 2021 - subiu 28,6%, representando 23% do total.
O volume de homens negros que trabalham por conta própria com CNPJ foi a 1,6 milhão, alta de 28,6% e o equivalente a 23% do total.
O total de trabalhadores com CNPJ que trabalham por conta própria é o maior da séria histórica do IBGE, iniciada em 2015.