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Nova pesquisa mostra que brasileiros são resistentes à privatização da Caixa

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Imagem do site Recontaai.com.br

Por: Fenae

Uma nova pesquisa de opinião divulgada reforça que a privatização da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e da Petrobras encontra resistência entre a população.

“A crise tem mostrado — inclusive aos que defendem o Estado mínimo e as privatizações — a importância do setor público, a exemplo do Sistema Único de Saúde (SUS), e dos bancos públicos, como a Caixa, que faz parte da história e do cotidiano dos brasileiros”, ressalta o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto.

“Acreditamos que a sociedade continuará defendendo essas empresas e pressionando o governo e o Congresso a não entregarem o patrimônio nacional aos interesses privados, que não levam em conta o legado social, mas apenas o lucro”, acrescenta.

De acordo com a pesquisa do Livres, a venda de estatais deve ser avaliada caso a caso. Para 45% dos entrevistados, a privatização deveria depender do setor e considerar também se a empresa em análise fecha as contas no azul ou no vermelho.

Apenas 19% dos entrevistados são favoráveis à privatização de qualquer estatal, independentemente das condições delas. Já o total de entrevistados contrários à venda das empresas chegou a 21% — um porcentual, portanto, maior do que os que são favoráveis à privatização geral.

Um grupo de 15% não soube responder ao levantamento encomendado pelo Livres, que se define como uma associação civil sem fins lucrativos que atua como um movimento político suprapartidário em defesa de bandeiras do liberalismo. A pesquisa entrevistou 1.688 pessoas entre os últimos dias 6 e 11 de janeiro.

“No caso da Caixa, a intenção do governo Bolsonaro é fatiá-la e privatizá-la por meio da venda de subsidiárias, até que a empresa deixe de ser um banco público rentável, competitivo e a serviço da população”, alerta Takemoto. “Mais do que em nenhum outro momento, a conjuntura e a relevância da Caixa Econômica para o país comprovam que o caminho não é vender este patrimônio. Ao contrário. É preciso fortalecer a estatal e melhorar ainda mais o suporte à sociedade”, reforça o presidente da Fenae.

“O futuro é público” — Ao comentar os resultados do levantamento, a coordenadora do Comitê em Defesa das Empresas Públicas e representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano, é incisiva.

“Em primeiro lugar, a pesquisa foi encomendada por um movimento que não é neutro e, mesmo assim, não difere de estudos anteriores ao mostrar que a sociedade percebeu, até por causa da pandemia, que o futuro é público”, avalia.

“A população também constatou que os países que melhor enfrentaram a crise foram justamente os que têm um Estado forte e organizado e que o país mais liberal do mundo, os Estados Unidos, é onde mais se morre de covid-19”, emenda Serrano.

Projetos de Lei — Além das pesquisas de opinião, enquetes sobre projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional, contrários a privatizações de empresas públicas, também apontam rejeição da venda de estatais. Um deles é o PL 2.715/2020, que suspende as privatizações até 2022.

Como afirma o deputado Enio Verri (PT-PR), um dos autores da proposição, “o governo está esquartejando a Petrobras para vender os seus pedaços e agora quer fazer o mesmo com a Caixa”.

Enquete realizada pela Câmara dos Deputados mostra que 93% dos cidadãos (mais de 3 mil pessoas) que opinam sobre este projeto concordam plenamente com o PL.