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Mil dias de Inferno e mais de 50% dos brasileiros com fome

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fome mil dias

Estamos há mil dias sendo governados por Bolsonaro. Nesse meio tempo, o interesse em acabar com as políticas públicas que estavam funcionando e que beneficiavam os mais pobres fez com que o Brasil voltasse ao Mapa da Fome ainda em 2020. Se em 2014, cerca de 3,6% da população estava em situação de insegurança alimentar grave, em 2020 esse número quase triplicou, chegando a 9% dos brasileiros.

Hoje, são 19,1 milhões de brasileiros passando fome. E, para piorar, mais da metade da população do País está em estado de insegurança alimentar leve, moderada ou grave. Ou seja, essas pessoas não possuem acesso diário à quantidade necessária de calorias ou nutrientes.

Bolsonaro quer culpar a pandemia do coronavírus pelo desastre da sua administração. No entanto, quando falamos em fome, a pandemia não é a principal culpada. Segundo Francisco Menezes, analista de Programas da ActionAid e ex-presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), a fome no Brasil tem origens políticas.

Antes mesmo da chegada da pandemia, o governo Bolsonaro colocou em último plano programas sociais importantes para a promoção da segurança alimentar das pessoas de baixa renda como, por exemplo, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), os Bancos de Alimentos e até mesmo as Cisternas.

Agricultura familiar em segundo plano

A agricultura familiar, que coloca comida de qualidade na mesa do brasileiro, foi deixada de lado. Recentemente, Bolsonaro vetou o Projeto de Lei 823/21, que daria suporte aos pequenos agricultores até o fim de 2022. Dentre as medidas estabelecidas estava o pagamento de um auxílio no valor de R$ 2,5 mil por família para produtores em situação de pobreza e extrema pobreza.

Além disso, seria possível que o agricultor renegociasse suas dívidas de operação de crédito rural e tivesse mais flexibilização na concessão de um novo crédito.

Em nota, a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) ressaltou que o veto presidencial mostra o desprezo do governo Bolsonaro pela agricultura familiar.

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Auxílio emergencial esmagado pela inflação

O auxílio emergencial veio para ajudar os brasileiros em um momento de extrema dificuldade causado pela pandemia. Bolsonaro, claro, se apropria deste pagamento. Mas o fato é que se não fosse o trabalho da oposição na Câmara dos Deputados para garantir um valor mais justo, Bolsonaro iria pagar um auxílio que não daria pra absolutamente nada.

E, no fim das contas, o auxílio emergencial e o salário mínimo foram esmagados pela inflação. Os preços dos alimentos subiram amargamente, provocando um fenômeno que já estava distante da realidade dos brasileiros: filas em portas de açougues para levar para casa ossos de boi que são jogados fora. Para muitos, essa é a única refeição do dia.

Diante desse cenário, os governo Bolsonaro diminuiu cada vez mais o auxílio emergencial. Além de reduzir o valor para R$ 150,00 por parcela, o Ministério da Cidadania excluiu milhares de cidadãos que contavam com esse dinheiro para colocar comida no prato.

Bolsa Família vai deixar de existir

O Bolsa Família, que por muitos anos foi um importante instrumento para mudar a vida dos brasileiros de baixa renda, começou a ser minguado por Bolsonaro logo no início do seu mandato. Ele, que tinha prometido durante a campanha eleitoral pagar um 13º salário para os beneficiários, acabou deixando a iniciativa de lado.

A prioridade do presidente não é melhorar o que já está dando certo. Ele quer acabar com tudo. Para disfarçar, ele cria novas iniciativas com nomes parecidos, mas com benefícios totalmente inferiores. O Bolsa Família, por exemplo, será transformado em Auxílio Brasil.

No fim das contas, o brasileiro fica completamente desamparado e o País caminha mais rápido para o fundo do poço. Para sair desse inferno, serão muitos e muitos anos de trabalho árduo.