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Menos renda, mais inflação: Famílias estão se endividando para sobreviver

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O endividamento das famílias bateu recorde em julho de 2022 segundo a pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) na última segunda-feira (8). O nível é o maior em 12 anos e já atinge 78% das famílias brasileiras. Contudo, além do aumento do endividamento das famílias, especialistas se preocupam com o motivo desse endividamento.

Emílio Chernavsky, doutor em Economia pela Universidade de São Paulo (USP), explica o motivo da situação ser tão perturbadora: "O crescimento do endividamento das famílias brasileiras é particularmente preocupante porque ele não se deve ao aumento das aquisições de bens duráveis e imóveis. Ou seja, as pessoas estão se endividando mais não para constituir um patrimônio, que lhes fornece segurança e aumenta sua capacidade de gerar renda, mas para custear seu consumo corrente, inclusive de alimentos". Em outras palavras, o aumento da inflação, do preço dos alimentos, o alto nível de desemprego e a informalidade crescente do mercado de trabalho têm corroído o poder de compra dos trabalhadores.

O tipo de dívidas também merece avaliação. "A maioria das famílias possui dívidas no cartão de crédito, entre as modalidades com juros mais altos que, com os últimos aumento da taxa Selic, cresceram ainda mais", ressalta o economista. Além do cartão de crédito, cheque especial e outras modalidades de empréstimo têm tirado o sono de muitos brasileiros.

Chernavsky finaliza citando: "Essa situação contribui para criar uma bomba-relógio na sociedade".

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