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Mancha de Café: Oxfam denuncia as péssimas condições de trabalho no setor cafeeiro

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Foto: Tatiana Cardeal/Oxfam Brasil

Trabalho análogo à escravidão, baixos salários, desrespeito aos direitos das mulheres e falsas promessas que levam trabalhadores a condições de extrema vulnerabilidade. Esta é a rotina de quem está na base da produção de café em Minas Gerais - estado responsável por 60,4% do setor no País - e revelada pelo relatório Mancha de Café. O documento foi divulgado nesta segunda-feira (26) pela Oxfam Brasil.

Com base em dados da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), órgão do Ministério da Economia, a Oxfam mostra que entre 1995 e 2020 foram resgatadas 2.808 pessoas em condição de trabalho escravo contemporâneo nas lavouras de café em todo o País. E o estado de Minas Gerais foi onde a maioria dos resgastes nas lavouras de café ocorreu.

Em 2018, das 210 pessoas resgatadas, 109 eram de Minas. Em 2019, das 106 de todo o Brasil, 105 estavam no estado mineiro. E, no ano passado, todas as 140 estavam em fazendas deste mesmo estado.

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"O combate ao trabalho informal deve ser parte essencial da responsabilidade social de todos os atores econômicos e políticos comprometidos com o trabalho decente, sejam eles privados ou públicos. Não bastasse todos os benefícios da CTPS assinada, a informalidade também é a porta de entrada para violações mais sérias dos direitos dos trabalhadores, como o trabalho em condições análogas ao escravo", destaca o documento.

Além das práticas escravocratas a que são submetidos, baixos salários, informalidade empregatícia, a Oxfam ressalta que os trabalhadores do cultivo do café de Minas Gerais também sofrem com a falta de representação sindical.

"Apesar das negociações coletivas no setor rural poderem ser realizadas também por federações e confederações de trabalhadores, a baixa cobertura sindical no nível municipal pode afetar este processo. A ausência de cobertura por sindicato também prejudica o trabalho de assistência direta ao trabalhador do campo, a fiscalização das condições de trabalho e a mobilização dos trabalhadores para discutir seus direitos", analisa a entidade.

Confira o estudo completo aqui.