Preços do arroz subiram quase 18% em setembro – Foto: Helena Pontes/Agência IBGE notícias
Mais uma vez a alta nos preços dos alimentos e dos combustíveis causou impacto na inflação: em setembro, subiu para 0,64% – mais que o dobro do crescimento da taxa registrada em agosto (0,24%). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), que mede a inflação oficial do País foi divulgado nesta sexta-feira (9) pelo IBGE.
Esse é o maior resultado para um mês de setembro desde 2003, quando o indicador foi de 0,78%.
No ano, a inflação acumula alta de 1,34% e, em 12 meses, de 3,14%, acima dos 2,44% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2019, o indicador havia ficado em -0,04%.
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O IBGE aponta que a maior variação (2,28%) e o maior impacto (0,46 p.p.) no IPCA vieram do grupo alimentação e bebidas, que acelerou em relação ao resultado de agosto (0,78%), puxado principalmente por alimentos para consumo no domicílio (2,89%).
Nesse sentido, aumento nos preços do óleo de soja (27,54%) e do arroz (17,98%), que já acumulam no ano altas de 51,30% e 40,69%, contribuiu com o maior impacto na inflação de setembro.
“Inflação puxada por alimentos é a que tem maior impacto nas pessoas mais vulneráveis em termos de renda”, ressalta o economista Sérgio Mendonça.
Pedro Kislanov, gerente da pesquisa, destaca que a alta nos preços do arroz e do óleo está relacionada ao dólar alto e à maior demanda interna.
“O câmbio num patamar mais elevado estimula as exportações. Quando se exporta mais, reduz os produtos para o mercado doméstico e, com isso, temos uma alta nos preços. No caso do grão de soja, temos ainda forte demanda da indústria de biodiesel”, explica.
Com informações do IBGE