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Insistência de Guedes em Reformas é criticada por políticos

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Imagem do site Recontaai.com.br

A insistência individual do ministro da Economia, Paulo Guedes, no avanço das reformas liberais como via para a recomposição da economia – em um cenário de desaceleração internacional – ganhou novas críticas, inclusive por parte dos defensores desta agenda.

Além da própria demora do governo em cumprir suas sinalizações ao Congresso, já se estima que o atraso nas discussões será ainda maior por conta do novo coronavírus.

A crítica recente mais direta foi feita por Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara e um dos principais articuladores da agenda liberal. Segundo o parlamentar, ante os efeitos econômicos da pandemia, “a Reforma Administrativa”, por exemplo, “não é parte dessa solução”.

“O que preocupou os parlamentares é que certamente teremos impacto de curto prazo e que essas reformas de médio e longo prazo não vão resolver. O que incomodou os parlamentares é que não sentimos e não vimos, se ele [Guedes] não podia falar ou se ainda não organizou, as soluções para os problemas de curto prazo”, disse em entrevista à Folha de S.Paulo após um encontro de Guedes com um conjunto de congressistas.

De outro lado, Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde, foi elogiado por Maia na mesma entrevista.

Por conta dos temores de disseminação do novo coronavírus, parte do Congresso já estima que a própria solução apontada por Guedes estaria inviabilizada, isso porque já se cogita uma medida drástica: a suspensão das atividades parlamentares.

Medidas e Bancos Públicos

Além da discussão de liberação de R$ 5 bilhões para a Saúde, as medidas até agora anunciadas envolvem principalmente os Bancos Públicos, em especial, a Caixa Econômica Federal.

O governo anunciou a antecipação do pagamento do 13º de aposentados, medida do INSS que é operada pela Caixa.

Adicionalmente, contrariando o discurso oficial de Guedes, Pedro Guimarães, presidente do Banco Público, afirmou que a instituição está preparada para socorrer bancos e empresas em um eventual cenário de consolidação de uma crise.

“Estamos organizados para prover liquidez numa eventual crise, e nosso foco são pequenas e médias empresas”, indicou. Se a situação se confirmar, a Caixa deve gastar até R$ 30 bilhões para adquirir carteiras de crédito de bancos privados de porte pequeno e médio.

A atuação de Paulo Guedes como ministro da Economia já vinha sofrendo contestações no interior do governo por conta dos resultados da economia relativos a 2019 e divulgados no começo deste mês, o que levou inclusive a troca de ataques entre ele e integrantes da equipe econômica.