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Infectologista e ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha não recomenda o abandono das máscaras

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Apesar da onda de flexibilização do uso de máscaras que está ocorrendo em diversos estados do Brasil, o médico infectologista e ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT/SP), afirma que ainda não é hora de abandonar o equipamento.

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Em artigo, Padilha afirma que ao seguir os países do hemisfério Norte, os estados brasileiros não levam em consideração o momento em que o País está: prestes a entrar no outono, uma estação mais fria, que segundo ele, favorece a proliferação dos vírus. Além disso, o médico relembra que no Brasil, o outono é o "período de crescimento das doenças respiratórias" e que neste ano, espera-se a combinação de três fatores perigosos:

  • As gripes sazonais;
  • Os procedimentos, tratamentos, cirurgias, diagnósticos represados por conta da pandemia que estão sobrecarregando os serviços de saúde;
  • O surgimento de novas variantes da Covid-19.

Vacinação insuficiente

O ex-ministro da Saúde também informa que a taxa de vacinação contra a covid-19 no Brasil ainda é baixa: "A meta da OMS é que 95% da população idosa e pessoas com comorbidades estejam totalmente vacinados, com as três doses. O Brasil não tem 70% do grupo de risco imunizado e nem 80% da população totalmente vacinada". E, no mesmo sentido, alerta: "Não vamos alcançar essas metas enquanto o ritmo da vacinação continuar lento".

Padilha lamenta a situação atual em comparação aos governos anteriores, principalmente o governo Dilma: "Quando estive no Ministério da Saúde recebemos certificados de controle de doenças como sarampo e rubéola".

Abandono das máscaras é estratégia de pedalada sanitária

Segundo o ex-ministro o posicionamento dos governadores que estão liberando o uso de máscaras em ambientes abertos e até fechados é uma 'pedalada' sanitária. "Quem decreta fim de pandemia é a OMS", explica o médico, que relembra que um levantamento realizado em São Paulo, mostrou que não vacinados contra covid-19 morreram 26 vezes mais do que os vacinados que contraíram a doença.

Padilha ressalta que o governo federal não têm realizado seu dever - que era reforçar a campanha de vacinação por meio de diferentes mecanismos, como a realização de um um dia "D" e campanhas.

"A pedalada sanitária que quer dar o governo federal é muito preocupante, a pandemia não acabou e decretar o seu fim é irresponsabilidade", afirma o médico.