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Garimpo ilegal volta a ameaçar terra indígena e entidade Yanomami critica Bolsonaro

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garimpo ilegal

Em 25 de maio de 2022 a Terra Indígena Yanomami completa 30 anos de demarcação. Na época do decreto que criou o território - entre os estados de Roraima e do Amazonas - a principal ameaça era o garimpo ilegal.

Três décadas depois, a mesma ameaça tem acelerado sobre a Terra Yanomami. Esse é o principal alerta do relatório Yanomami Sob Ataque: Garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami e propostas para combatê-lo, documento elaborado pela Hutukara Associação Yanomami (HAY) e divulgado nesta segunda-feira (11).

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“O ataque aos povos da Terra Indígena Yanomami já ocorreu na década de 1980, com a invasão de mais de 40 mil garimpeiros. Hoje, em 2022, a história se repete. Isso é muito grave”, alerta Dario Kopenawa, vice-presidente da HAY.

A entidade cita o aumento da cotação internacional do ouro e o incentivo do governo federal como fatores fundamentais para o avanço do garimpo sobre o território Yanomami.

O relatório da HAY cita ataques violentos diretos aos indígenas, além da degradação que afeta seus modos de vida, a introdução de bebidas e drogas em seus territórios e até mesmo a propagação de doenças incomuns entre indígenas.

Em um dos momentos do documento, uma liderança faz um apela a jornalistas que visitaram o território após um ataque: "Nós, lideranças, não queremosseus garimpeiros! Nossos animais de caça já acabaram! As crianças já estão sofrendo com doenças de pele e diarreias! Nossos filhos já estão doentes! Bolsonaro, busque seus filhos garimpeiros e os leve de volta!".

De acordo com dados da HAY, o avanço do garimpo - que tem até mesmo ligações com o crime organizado - tem acontecido em um ritmo intenso nos últimos anos.

Segundo dados que estão no relatório, em 2021 o garimpo ilegal avançou 46% em comparação com o ano anterior. Em 2020, um aumento de 30% foi registrado em comparação ao período anterior. Em um período de quatro anos - 2016 a 2020 - o garimpo na Terra Yanomami explodiu 3.350%.