Primeiro presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o médico sanitarista e professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, Gonzalo Vecina, criticou a possibilidade de que clínicas particulares ofereçam vacinação contra a Covid-19 em paralelo ao calendário oficial.
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O sanitarista afirmou à CNN que há doses suficientes da CoronaVac e da vacina de Oxford, mas, infelizmente, a produção e aplicação será distribuída ao longo do ano.
Mencionando uma “inexplicável ausência de governo”, Vecina criticou o fato de que “o Ministério da Saúde não se mobilizou para achar outras alternativas. O que está garantido foi graças ao Butantan e à FioCruz”.
Quanto à vacinação em clínicas particulares, o médico afirmou não haver argumento razoável para que “pessoas sejam vacinadas antes porque têm dinheiro”.
“Quem deve fornecer é quem tem a vacina e quem tem que garantir que ela chegue ao povo é o estado brasileiro. Se a iniciativa privada quer ajudar o estado, deve fazer isso como subcontratado do Estado,” disse.
“Você não pode querer entregar a vacina para uma fábrica para imunizar seus trabalhadores de forma diferente da população em geral, isso é imoral no meio de uma pandemia. É um risco inaceitável para a população ter uma fila de vacinação antecipada para quem tem dinheiro”, complementou.
Por se tratar de uma situação envolvendo a possibilidade de morte de pessoas, Vecina defendeu que, mesmo o Brasil sendo uma economia capitalista, deve prevalecer a coordenação estatal para a vacinação.
“A epidemia é uma situação excepcional. Acho inaceitável, mesmo que sejamos uma economia liberal”, sintetizou.