Pular para o conteúdo principal

Fundo compensador para baixar preço de combustíveis é insuficiente

Imagem
Arquivo de Imagem
bomba de combustível

O aumento do preço dos derivados do petróleo é uma questão prevista há tempos. Mais precisamente, desde que, na gestão Temer, a diretoria da estatal decidiu atrelar o preço praticado dentro do Brasil às variações no mercado internacional. No início de 2021, com a troca no comando da Petrobras, se cogitou alguma mudança, mas especialistas alertaram: sem mudança na política de preços, o essencial não mudaria.

Não mudou, e provavelmente não vai mudar. O governo vem cogitando - e não é de hoje - a criação de um fundo de estabilização dos preços, uma espécie de amortecedor para que as variações internacionais, dolarizadas, não tenham impacto imediato e integral no preço doméstico. O presidente da Câmara, Artur Lira (PP-AL) assumiu o projeto de forma mais enfática recentemente.

VEJA TAMBÉM:
- Presidente da Petrobras diz que política de preços não vai mudar e que a empresa não faz políticas públicas
- Petrobras: subsídio do gás vai ajudar famílias de baixa renda, mas sem resolver problema de preço alto para todos

Mas em fevereiro deste ano, a proposta já aparecia de forma incipiente. E já era questionada por especialistas, que apontam a relação entre a opção por paridade de preços e a política de privatização da estatal, manter os preços da forma atual favorece a venda de ativos.

Críticos da gestão atual da Petrobras apontam que, a depender do volume de recursos e da forma de gestão, pode-se minorar as flutuações no mercado internacional, reduzindo a imprevisibilidade dos preços, mas mantendo o problema de fundo.

Em entrevista à Rádio Bandeirantes nesta sexta-feira (1º), o general Joaquim Silva e Luna, entretanto, reforçou que, da parte da estatal, nada mudará: "Somos impactados, por ser uma commoditie, pelos preços internacionais. O governo sim, pode fazer política pública. Não é interferir na Petrobras. Ela não participa. O que ela pode fazer é o que ela faz hoje", declarou.

Em outras palavras: a Petrobras continuará praticando os preços dolarizados do mercado internacional e a repassar lucros aos seus acionistas, incluindo o Governo Federal. Este, se quiser, vai fazer alguma coisa, mas dentro de grandes limites.