O dono da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, reconheceu à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid que a Medida Provisória (MP) 1026 de 2021 favoreceu a negociação da vacina indiana Covaxin.
A MP foi sugerida ao Planalto por Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara. Com a medida, aprovações de imunizantes pela autoridade sanitária indiana poderiam ser reaproveitadas pela Anvisa. A aprovação do texto proposto acelerou a possibilidade de um contrato entre Ministério da Saúde e a Precisa.
Mesmo reconhecendo inicialmente conhecer o deputado Barros, Maximiano negou que a Precisa tenha feito qualquer pressão para que a MP fosse elaborada.
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"Era do interesse porque por óbvio tornava a Covaxin elegível também, assim como de outras autoridades, mas não houve nenhum contato com Ricardo Barros ou outro para essa inclusão", sustentou o dono da empresa.
Senadores e senadoras independentes e da oposição suspeitam que a Precisa faria parte de um esquema articulado por Barros para superfaturar o contrato e, assim, desviar valor irregularmente.
Enrolado
A Precisa é um dos centros do caso Covaxin. A empresa brasileira representava a indiana Bharat Biotech, fabricante do imunizante. A companhia asiática, entretanto, afirma que parte dos documentos apresentados pela Precisa não foi formulada por ela, ou teve seu consentimento.
Maximiano alega que parte dos documentos que concediam à Precisa o direito de fechar contrato com a Saúde foi elaborado por uma empresa dos Emirados Árabes Unidos, chamada Envixia. O dono da empresa brasileira afirma que esta terceira companhia recebeu da Bharat a possibilidade de delegar a outros o papel nas negociações.