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Diretora do FMI propõe o aumento de impostos para ricos

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Segundo Larry Elliott, editor de economia do The Guardian, Kristalina Georgieva – diretora-gerente do FMI, pede que o mundo repense a economia para ajudar os que “ficaram para trás”.

A diretora geral do FMI, Kristalina Georgieva.Foto: Grant Ellis/World Bank Group

O aumento do imposto de renda sobre os mais ricos não prejudica o crescimento econômico, segundo a diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva. A economista búlgara afirma ainda que um dos maiores desafios da economia em todo o mundo é a diminuição do fosso crescente de desigualdade entre ricos e pobres.

A matéria do jornal britânico The Guardian mostra que, com Georgieva, as prioridades do FMI mudaram. A primeira diretora-gerente do FMI – proveniente de um país em desenvolvimento – dá o novo tom.

Se nos anos anteriores o Fundo Monetário Internacional recomendava apenas políticas econômicas liberais, a situação do mundo hoje está fazendo com que as orientações mudem.

O histórico do FMI

O editor Larry Elliott explica na matéria que durante os anos de 1990, o FMI estava no centro do consenso de Washington. Essa abordagem incluía além da radicalização do livre-mercado, a crença de que a redução dos impostos dos mais ricos favoreceria a inovação e um crescimento maior.

Os motivos dessa mudança de direção são o baixíssimo crescimento mundial, a extrema concentração de riqueza entre 0,1% da população e a diminuição da parcela dos produtos produzidos pelos países para sua própria população.

A matéria cita o estudo da Oxfam que, além de apontar o tamanho da desigualdade de renda entre ricos e pobres, ainda mostra os prováveis efeitos da taxação dos super ricos.

Um futuro possível

“A tributação progressiva é um componente essencial da política fiscal eficaz. No topo da distribuição de renda, nossa pesquisa mostra que as taxas marginais de impostos podem ser aumentadas sem sacrificar o crescimento econômico”, afirma Georgieva.

Além da progressividade dos impostos, a diretora-gerente propõe um recorte de gênero na execução dos gastos sociais. Segundo afirma, há a necessidade de aumentar a participação das mulheres no mercado de trabalho. Isso aumentaria o crescimento dos países e aumentaria a estabilidade.

Mudança radical de discurso

Os cortes de gastos públicos do FMI são parte integrante dos pacotes de resgate para países em dificuldades financeiras. Porém, segundo a economista, o FMI hoje reconhece a importância dos gastos sociais no combate à desigualdade.

A mensagem final de Georgieva é que o FMI não resolverá sozinho as desigualdades do mundo. Porém, será parceiro de organizações internacionais, acadêmicos, autoridades nacionais, sociedade civil e setor privado que trabalham para melhorar as políticas econômicas.

Resta saber se a intenção da nova diretora-gerente será capaz de transformar estruturas tão enraizadas na instituição.