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Fim do estado de emergência? Veja o que dizem especialistas

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Especialistas são contra o fim do Estado de Emergência

Durante toda a semana que precedeu a Páscoa, a imprensa noticiou que o quarto e atual ministro da Saúde do governo Bolsonaro, Marcelo Queiroga, deve anunciar neste domingo (17) o fim do estado de emergência decorrente da pandemia de covid-19. Existe inclusive a possibilidade de que Queiroga faça um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV.

Apesar da pressão de Bolsonaro para que o anúncio seja feito, técnicos discordam da medida - inclusive médicos que integram o governo, conforme informações de bastidores.

Especialistas divergem quanto ao fim do Estado de Emergência

O médico sanitarista e professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, Dr. Gonzalo Vecina, discorda do fim do estado de emergência. Ao Reconta Aí, o médico afirmou que ainda há muitas mortes e que Queiroga "é muito desqualificado".

Já o Dr. Marcelo Daher, infectologista e representante regional da Sociedade Brasileira de Infectologia, afirma que é preciso analisar as questões separadamente. "O cenário atual nacional é tranquilo. Poucos casos, diminuição do número de internações e de óbitos a cada dia que passa. Assim, o cenário permite tranquilamente a redução do estado de emergência, já que ele serve para permitir compras e ações de municípios, estados da União em relação à pandemia".

Porém, o Dr. Daher completa: "Isso é diferente de sair do status de pandemia para o status de endemia, que quem tem que declarar é a Organização Mundial de Saúde com base em dados do número de casos".

O representante da Sociedade Brasileira de Infectologia ainda afirma que estamos em um momento tranquilo, mas que é impossível de prever se as coisas se manterão da mesma forma no futuro: "O que se observa fora do Brasil é que o número de casos continua crescendo sem maior gravidade, mas com muitos dignósticos". E completa "Com os dois feriados - Sexta-feira Santa e Tirandentes - além do Carnaval fora de época promovido por algumas prefeituras, os casos podem voltar a crescer".

Assim, o infectologista acredita que é correto o fim do estado de emergência, com ressalvas: o monitoramento deve ser mantido."É preciso ter atenção com o que vai acontecer no final de abril e início de maio, para ver se a variante b.a2 vai entrar no Brasil e vai causar o mesmo número de diagnósticos na Europa e do EUA", conclui.

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