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Fila do INSS: Em 10 anos, Previdência perdeu 19.075 servidores

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Fila do INSS

Com base nos números do próprio Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), entre 2010 e 2020 a autarquia perdeu cerca de 50% dos seus servidores. O impacto dessa drástica redução do quadro funcional é o aumento constante da fila para a obtenção de benefícios, como aposentadoria e auxílio-doença.

A análise dos dados, realizada pela assessoria de Saúde e Previdência da Federação dos Químicos de São Paulo (Fetquim), mostra que em 2010, durante o governo da presidenta Dilma Roussef, o INSS tinha 39.630 servidores e a "fila do INSS" tinha 381.460 pedidos - todos retidos por falta de documentos dos segurados; já em março deste ano, a fila chegava a 1.702.361 pedidos de benefícios a espera de análise entre 45 dias e um ano.

Outros números sobre a fila do INSS

Os especialistas ainda apontam um aumento de 400% no número de trabalhadores e trabalhadoras na fila a espera da aprovação do pagamento de um benefício. No mesmo sentido, na parte de reabilitação profissional, a diferença de espera é gigantesca: em 2013 foram reabilitados 16.711 segurandos entre os 53.843 que se habilitaram; no ano de 2020 foram reabilitados 6.069 entre os 47.078 registrados. O orçamento entre os dois períodos também é bastante díspar: em 2013 havia R$ 34,5 milhões (valor corrigido), e em 2021, R$ 7,1 milhões, ou seja, a reabilitação dos trabalhadores deixou de ser uma preocupação do governo.

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O diretor dos Químicos Unificados e secretário de Saúde da Fetquim, André Alves, afirma: “Bolsonaro e Guedes destruíram a Previdência, não fizeram concursos e tentaram colocar militares que não entendem de previdência para trabalhar. E quem na realidade está sofrendo com isso são os que contribuíram para com a Previdência por longos anos de sua vida de trabalho por culpa deste governo”. 

Perícias médicas

A defasagem do número de médicos no INSS merece um capítulo a parte. entre 2008, ainda sob o governo Lula, a autarquia possuia 5.138 médicos. Em janeiro deste ano, sob Bolsonaro, apenas 2.853 profissionais faziam atendimento pericial. Uma redução de 2.285 médicos peritos.

Além da redução do número de médicos peritos, a assessoria da Fetquim ressaltou a mudança trazida pela Medida Provisória 1113, que impõe a revisão de todas as perícias de benefícios por incapacidade. Junto a isso, houve a cassassão de benefícios acidentários, que em média atingem R$ 1.415,00 mensais.

“Tem piorado a sobrevivência dos segurados com o desmantelamento da reabilitação profissional e da própria perícia médica, em nome do falso discurso de combate à corrupção e a retirada dos direitos dos trabalhadores”, afima Airton Cano, coordenador da Fetquim.

Com informações da CUT