O faturamento – soma dos ganhos obtidos – da Caixa Seguridade caiu 31,9% no segundo trimestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano anterior. Os dados foram apresentados pela companhia nesta terça-feira (11), no qual também foram confirmadas novas políticas da empresa, incluindo o mercado imobiliário.
Entre abril e junho de 2019, a Caixa Seguridade faturou R$ 8,3 bi. No mesmo período deste ano, o faturamento foi de R$ 5,6 bi. Em relação ao primeiro trimestre de 2020, o faturamento do segundo trimestre do mesmo ano também recuou 31,9%.
“O grande desafio foi manter a produção, dado todo o foco da rede na operacionalização do pagamento de programas sociais”, considerou o presidente da Caixa Seguridade, Eduardo Dacache, em teleconferência nesta terça-feira (11) sobre os resultados do segundo trimestre.
Eduardo Costa de Oliveira, diretor de Administração, Finanças e Relações com o Investidor complementou, defendendo que a situação dá mostras de estabilização: “O resultado é oriundo da crise econômica. A partir de junho, a produção de previdência foi retomada”.
Comparando-se com o primeiro semestre de 2019 – faturamento de R$ 15,9 bi – os primeiros seis meses de 2020 tiveram uma diminuição de 12,9%, com ganhos obtidos de R$ 13,9 bi.
Apesar do faturamento em queda, a Caixa Seguridade conseguiu aumentar seu lucro, calculado após o desconto dos custos nos ganhos. Isto significa que os custos da empresa diminuíram. O lucro no segundo trimestre de 2020 cresceu 2,7% ante o mesmo momento do ano passado. Na comparação entre semestres, a elevação foi de 5,2%.
Dacache afirmou que novas linhas de crédito no Banco são uma oportunidade de ganhos para o setor de seguros da Caixa. Além delas, mencionou as alterações promovidas na política habitacional.
“Uma canal de receita substancial de receita para a Caixa. A Caixa focará crédito consignado e pequenas e médias companhias. Já liberamos algo em torno de R$ 8 bilhões em novos créditos. Temos a expectativa de liberar mais R$ 5 bilhões nos próximos 30 dias”, defendeu.
O crédito para empresas de pequeno porte, ou a falta dele, tem sido uma das principais reclamações do setor.
O presidente da Caixa Seguridade afirmou também que opções de seguro devem passar a ser oferecidas no aplicativo Caixa Tem, formulado para o recebimento do auxílio emergencial.
Demanda constante dos movimentos de moradia, a retomada de novas contratações do Minha Casa Minha Vida parece estar fora dos planos do Banco.
Dacache, ao analisar novas possibilidades para o setor de seguros, afirmou aos investidores que uma nova orientação para a política habitacional favorece a seguradora.
“De fato houve uma revolução. Até 2019 a Caixa focava no FGTS, via Minha Casa Minha Vida. A partir de 2019, passou a se focar no SBPE”.
O presidente da Caixa Seguridade se referiu ao Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo, que financia até 80% do preço do imóvel, mas exige renda mínima de R$ 5.000.
Privatização
A oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Caixa Seguridade poderá ocorrer em outubro, conforme já reafirmou o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, em declarações à imprensa.
O pedido de abertura de capital da subsidiária do Banco foi protocolado no dia 21 de fevereiro de 2020, mas interrompido em 12 de março.
A oferta inicial de ações está estimada entre R$ 12 bilhões e R$ 15 bilhões.
Ainda em julho, a Caixa enviou um comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), informando que decidiu retomar o processo de revisão da documentação necessária à oferta.
E mais recentemente, no dia 7 de agosto, o Governo Federal publicou a Medida Provisória (MP) nº 995, que dispõe sobre a reorganização societária e desinvestimentos da Caixa e de suas subsidiárias.