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Entenda por que a nova alta da taxa de juros congela rendimentos da poupança

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Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Com elevação da taxa básica de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) nesta quarta-feira (8), o cálculo do rendimento da poupança passa a ser outro. Isto porque a marca de 8,5% ao ano da Selic foi superada.

A taxa Selic passou de 7,75% para 9,25% ao ano, confirmando a expectativa do mercado financeiro. Conforme explica Sérgio Mendonça, economista e diretor do Reconta Aí, o rendimento da poupança irá mudar.

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"Desde 2012, sempre que a Selic está abaixo de 8,5% a poupança passa a valer 70% da Selic. Exemplo: se a Selic estiver em 7%, a poupança vai estar em 4,9%", diz. Com os 7,75% anuais da taxa Selic que estavam em vigor, a poupança rendia cerca de 5,42% ao ano.

Como a marca de 8,5% ao ano da Selic foi superada, pelas regras da poupança, o cálculo passa a ser outro.

"Entra em vigor a regra de 0,5% ao mês, o que dá 6,17% ao ano, mais a Taxa Referencial [TR]. Mas desde 2017 a TR está zerada", aponta Mendonça.

Ainda que o rendimento da poupança aumente neste momento, há um problema: "Se a Selic aumentar ainda mais, em janeiro de 2022 por exemplo, continuará rendendo a mesma coisa. Enquanto a Selic estiver acima de 8,5%, se a TR não deixar de estar zerada, a poupança vai ficar rendendo 6,17% com uma inflação bem acima disso. Será ruim para os aplicadores e bom para os bancos que captam essa poupança e remuneram por um valor mais baixo", finaliza.

Em síntese: caso a inflação continue aumentando, assim como a Selic, nada mudará para quem tem poupança. Ou melhor, a poupança terá perdas reais.