Responsáveis pelas análises dos financiamentos e fomentos da instituição, engenheiros reivindicam melhorias no diálogo com a diretoria, além do cumprimento de leis.

A partir de hoje, 1º de outubro, o quadro técnico do Banco da Amazônia está em greve por tempo indeterminado. Segundo Gilson Lima, diretor da Associação dos Empregados do Banco da Amazônia (AEBA), e do Sindicato dos Engenheiros do Pará (SENGE-PA), há muitos motivos.
Os 200 profissionais de engenharia do BASA no estado do Pará estão trabalhando sem acordo coletivo da categoria, com um salário abaixo do que determina a Lei 4950/1966 – que normatiza o piso da categoria-, sob situações de assédio e sem um diálogo satisfatório com a diretoria do banco.
A gota d’água
No mês de agosto deste ano, a folha de pagamento do banco teve erros que culminaram com prejuízos financeiros para os engenheiros. Cerca de R$ 1 mil foram descontados dos profissionais no pagamento de setembro.
Reivindicações antigas
Gilson aponta que a tentativa de acordo coletivo com o banco já tem quatro anos. “Os engenheiros não são ouvidos no banco sobre nenhuma questão técnica, apesar de sermos o quadro técnico”. Ele ressalta ainda que o BASA “não aproveita todo o conhecimento que o corpo técnico do banco possui”.
Além disso, disse que a categoria reivindica na Justiça do Trabalho – há dez anos – um piso salarial de seis salários mínimos. “São 53 anos de lei e o banco nunca a cumpriu. Sempre negou esse pagamento, não reconhecendo inclusive o próprio Conselho Regional de Engenharia”, afirmou Lima.
Um peso, uma medida
Lima aponta que a greve tem como objetivo induzir o diálogo do banco com os engenheiros. A ferramenta deve ser o acordo coletivo 2019/2020. Segundo ele, é preciso garantir a todos os trabalhadores do banco os mesmos direitos. “Reivindicamos o reconhecimento do nosso piso salarial, o direito a ticket, auxílio creche e todos os benefícios que possuem os trabalhadores do BASA, inclusive os engenheiros da mesma instituição que atuam em outros estados.”