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Energia solar e eólica ocupam a 2ª maior posição na geração energética do Brasil

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Energia limpa

De acordo com o Boletim Mensal de Energia do mês de novembro, divulgado na última segunda-feira (14) pelo Ministério de Minas e Energia, a soma entre energia solar e eólica respondeu por 13,4% da Oferta Interna de Energia Elétrica (OIEE) do Brasil.

Frente a esse panorama animador, Ricardo Baitelo, doutor em planejamento energético pela Escola Politécnica da USP e gestor de projetos  do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) afirmou que "a análise é ainda mais positiva do que o balanço leva a crer".

Ele respondeu algumas perguntas do Reconta Aí sobre os rumos das matrizes energéticas do Brasil.

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Reconta Aí: Quais são as fontes de energia renovável do Brasil?

Ricardo Baitelo: As principais fontes de energia renovável no Brasil são hidrelétricas, biomassa, eólica e solar. Entretanto, cada uma delas se ramifica. Por exemplo, as hidrelétricas vão desde grandes usinas - como Itaipu - até as pequenas centrais hidrelétricas (PCH) e as ainda menores, chamadas centrais geradoras hidrelétricas (CGH).

Em relação à biomassa, temos tanto os biocombustíveis, como etanol e biodiesel, quanto os resíduos florestais (lenha), o bagaço da cana-de-açúcar, óleos vegetais e o biogás, que pode ser obtido em aterros sanitários.

Já a energia eólica, pode ser obtida em grandes parques eólicos interligados à rede, quanto por sistemas isolados. Uma situação similar à da geração de energia solar, que ocorre tanto em painéis sobre o telhado de casas e empresas, quanto em usinas de grande porte, que direcionam a luz solar por meio de espelhos, a chamada energia heliotérmica.

Tanto a geração de energia heliotérmica quanto a energia oceânica - que aproveita a energia mecânica das marés para gerar energia elétrica - não estão em funcionamento no Brasil.

Reconta Aí: As hidrelétricas têm um impacto ambiental nada desprezível, mas ainda assim são alternativas ambientalmente melhores do que as térmicas?

Ricardo Baitelo: Existe uma falsa dicotomia entre termelétricas e hidrelétricas. É preciso sempre analisar caso a caso os impactos que cada tipo de geração de energia terá num determinado local. Quando falamos de hidrelétricas, por exemplo, cada usina é diferente. Cada uma tem um tipo de turbina, de reservatório, pode ou não haver a geração de metano dependendo do reservatório, entre outras variáveis. Já as usinas termelétricas e nucleares podem ser replicadas de maneira idêntica, como é o caso da usina nuclear Angra 2, uma cópia idêntica de uma usina alemã.

Entretanto, outras fontes de geração de energia também demandam estudos de impacto ambiental, como no caso da implantação de parques eólicos, quando é necessário avaliar se há morcegos ou migração de pássaros, por exemplo. Na média, as hidrelétricas são menos impactantes, principalmente quando fala-se de poluição atmosférica. Mas há alguns casos emblemáticos como as hidrelétricas da Amazônia que tem impactos múltiplos. É preciso haver uma avaliação de qual a melhor opção para cada necessidade.

Reconta Aí: O Brasil está encaminhando para utilizar mais energia eólica e solar? Isso é bom?

Ricardo Baitelo: O Brasil tem avançado no uso das energias renováveis, principalmente das matrizes solar e, em menor escala, eólica. Ao analisar os números oficiais da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), é possível ver que a capacidade solar se multiplicou por 4 vezes nos últimos 2 anos. E, a previsão é que esse boom continue. Vai haver uma corrida de instalação de mais usinas solares, e mais pessoas comprando painéis para casas e empresas. Um ponto que colabora para esse aumento é a possibilidade de não ficar esperando os leilões do governo, mas sim de vender e comprar esse tipo de energia no mercado livre.