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Embate no Governo sobre direcionamento da economia continua

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Imagem do site Recontaai.com.br

As disputas entre integrantes do Governo Federal em torno do caminho a seguir na política econômica continuam. Nesta semana, o centro da disputa no direcionamento deste tema será a regra para reajuste de servidores públicos. Jair Bolsonaro prometeu se posicionar nesta segunda-feira (11) sobre possíveis vetos ao projeto que foi aprovado.

Parte do chamado Programa Federativo para o enfrentamento da pandemia – o congelamento de reajuste de vencimentos de servidores é visto pela equipe econômica como uma contrapartida à ajuda federal que deve ser prestada a estados e municípios.

No Congresso, entretanto, parlamentares excluíram categorias não previstas pelo Ministério da Economia. A posição do Legislativo contou, inclusive, com a base de apoio do Governo. Posteriormente, entretanto, Bolsonaro afirmou que seguiria a opinião de Paulo Guedes em possíveis vetos.

De acordo com um levantamento do Estadão, sete em cada dez (70%) servidores municipais e estaduais ficaram de fora do congelamento por conta da decisão do Congresso. Na esfera federal, seriam seis em cada dez (60%).

Outro direcionamento

Ministro de Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho negocia com o comando do Planalto a liberação de R$ 8 bilhões ainda este ano, para emprego em obras. Uma parte do montante, segundo o chefe da pasta, poderia ser viabilizado através de emendas parlamentares.

Marinho ainda busca que – caso conseguidos os recursos, via créditos adicionais – parte deles não esteja submetido à regra do Teto de Gastos.

A iniciativa do ministro do Desenvolvimento Regional tem uma dimensão dupla. Do ponto de vista econômico, representa uma divergência em relação a Guedes. Marinho entende que são necessários gastos públicos. Já o chefe da Economia privilegia a visão de que a retomada pós-pandemia será conduzida por empresas privadas.

Além da questão econômica, o Desenvolvimento Regional tem grande importância nas movimentações que o Planalto vem organizando na política, já que a pasta conta com secretarias e cargos tradicionalmente negociados com o chamado Centrão.

Como lidam, por exemplo, com obras de infra-estrutura e programas habitacionais, os setores do Ministério são visados por apresentarem possibilidades de políticos se associarem a empreendimentos públicos que podem ser revertidos em ganhos eleitorais.