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Em uma escala de Paulo Guedes, como você se sente hoje?

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Apesar de sumido após o escândalo que revelou uma offshore de sua propriedade em um paraíso fiscal, Paulo Guedes é um dos principais pilares do governo Bolsonaro. Chamado pelo presidente de "Posto Ipiranga" - alusão à propaganda de marca de posto de combustível em que se resolvem todos os problemas - o ministro da Economia soltou uma série de "pérolas" durante seu mandato (que segue até a atualidade).

Os sincericídios de Paulo Guedes viram notícias, mas com um absurdo atrás do outro, fica difícil registrar tantos momentos lamentáveis. Como relembrar é viver, o Reconta Aí selecionou algumas frases e momentos com os quais dificilmente os leitores e leitoras vão se identificar. Confira.

Em uma escala de Paulo Guedes, como você se sente hoje?

Futurista

O otimismo de Paulo Guedes é algo a ser estudado. O tal crescimento em V - tão alardeado pelo ministro - não tem nada de crescimento, quanto mais em V. Aliás, a letra já foi tão utilizada por Guedes para se referir a um crescimento que nunca chega, que as pessoas já estão utilizando o alfabeto e outros símbolos para ironizar o Posto Ipiranga do governo Bolsonaro.

Entreguista de corpo e alma

Paulo Guedes se porta como uma "Marie Kondo" do governo tamanho o desapego que tem com o patrimônio público brasileiro. Kondo é uma especialista em organização pessoal japonesa e se notabilizou por ter um programa em que ensina o método KonMari: se desfaça do que não te faz feliz. E ao que parece, as estatais brasileiras, apesar de prestarem serviços fundamentais aos cidadãos e cidadãs, não fazem Guedes feliz.

Assim, logo no início do governo, o ministro preparou uma lista de 17 estatais a serem privatizadas por Bolsonaro. Algumas realmente se concretizaram, outras seguem na lista questionadas pelos trabalhadores, pela sociedade e até pela Justiça por falta de estudos robustos sobre o impacto dessas privatizações. O Brasil minimalista de Paulo Guedes vive uma tragédia.

Tchutchuca dos mercado e dos banqueiros

Se há uma classe que agrada Paulo Guedes é a dos investidores do mercado financeiro. Porém, como nos casos de amor presente nas tragédias, ele não vem sendo correspondido. Mas já foi. A presença de Guedes no Ministério da Economia foi o motivo pelo qual o mercado financeiro fez uma defesa "apaixonada" de Bolsonaro nas eleições. Por isso, em uma sessão da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados, que debateu a Reforma da Previdência em 2019, o deputado federal Zeca Dirceu (PT/PR) afirmou que Paulo Guedes era "tchutchuca" com ricos e "tigrão" com os mais pobres.

Tigrão com os pobres

Reforma da Previdência, Reforma Trabalhista, Reforma Administrativa entre outras medidas são a tônica da atuação de Guedes à frente do Ministério da Economia. Todas essas reformas têm em comum a retirada de direitos e a diminuição de rendimentos para os mais pobres do País. E também a desoneração dos mais ricos. Ou seja, Zeca Dirceu explicou, de maneira simples e direta, o posicionamento do ministro.

Queridão do Atacarejo

Descolamento da realidade, delírios ou piada de mau gosto? Talvez brasileiras e brasileiros jamais saibam o que motivou Paulo Guedes a dizer em 12 de março, em plena subida de preços dos alimentos, a seguinte frase: "Entro no supermercado, as pessoas me agradecem". Ainda que a motivação não seja conhecida, essa foi umas das frases mais ditas por Guedes (até hoje).

Piloto do Caos

Em 11 de março de 2021, Paulo Guedes afirmou: "A economia voltou em V e está começando a decolar de novo". Utilizando metáforas da aviação, o ministro recheia seus discursos com expressões como "turbulência internacional". A verdade é que a decolagem da economia brasileira não foi sentida nem por empresários e menos ainda, pela população.

Sem conseguir esconder sua visão do mundo, Guedes ainda atacou empregadas domésticas enquanto tentava defender o câmbio da moeda brasileira em relação ao dólar em 12 de fevereiro de 2020: "Todo mundo indo para Disneylândia, empregada doméstica indo para Disneylândia".

Essa obsessão com a aviação não tem explicação, mas nem precisa: só nos resta desejar que o atual ministro jamais esteja em uma posição de comando de um país cuja população encha mais de 526.829 mil Boeings 747.