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Eleições 2022: Não há votos para que um candidato de terceira via cresça, afirma cientista político

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Sérgio Moro

Desde que rompeu com o governo Bolsonaro - em meados de abril de 2020 - o nome de Sergio Moro é cogitado para a presidência do País. Foi sem supresa que o ex-juiz e ex-ministro virou pré-candidato ao cargo máximo do Poder Executivo em dezembro de 2021.

Contudo, apesar de angariar a simpatia de setores da mídia e da elite brasileira, a candidatura de Moro parece que não decolará. Essa é a aposta do cientista político, sociólogo, professor da Universidade Federal Fluminense e dono da consultoria Brasilis, Alberto Carlos Almeida.

De acordo com Almeida, a pesquisa de campo presencial realizada pelo IPEC sobre as eleições de 2022 foi uma "ducha de água fria" para os que acreditavam na viabilidade eleitoral de Moro. A pontuação máxima que o pré-candidato atingiu na pergunta estimulada - quando são apresentados os nomes dos candidatos - foi de apenas 8%.

"O problema não é o nome de Sergio Moro, mas sim o papel eleitoral que ele cumpre, o de candidato 'nem, nem', de terceira via, que enfrenta um presidente da República sentado na cadeira de mandatário máximo e um ex-presidente que saiu do cargo bem avaliado depois de oito anos de mandato", afirmou o professor em um relatório da Brasilis.

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Sergio Moro: nem governo, nem oposição

Conforme já havia analisado anteriormente, Almeida retoma o conceito de que a votação no candidato petista, Lula, aumenta na mesma medida em que a avaliação do governo Bolsonaro piora. Porém, no caso de Moro, nem a subida de Lula e nem o declínio de Bolsonaro impactam a sua votação.

Isso mostra um limite que, segundo Almeida, decorre da dinâmica estabelecida em 2022. "Bolsonaro se consolidou como candidato de governo e Lula como candidato de oposição. Não há votos para que um candidato de terceira via cresça".

Outro fator decisivo segundo o analista é a posição do candidato da terceira via no debate: a de atacar tanto o governo quanto à oposição. "Na medida em que fazem isso eles consolidam a antipatia de quem vota em Bolsonaro e em Lula, dificultando a migração destes votos para sua candidatura", alerta Almeida.