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Eleições 2020 nos EUA: O que muda para o Brasil se Trump for reeleito?

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A reeleição do republicano Donald Trump, apontada como improvável pelas pesquisas de opinião, não significaria uma mudança radical nas relações com o Brasil, mas uma intensificação da atual linha – que prejudica nossa economia – entre os dois países. Essa é a avaliação do professor do Instituto de Economia da Unicamp, Pedro Paulo Zahluth Bastos.

Bastos, que também foi professor visitante na Universidade da Califórnia, ressalta que as atuais relações estão longe de ser a “grande parceria” que Jair Bolsonaro divulga politicamente. Trump desenvolve uma política protecionista, prejudicando exportações brasileiras, o que tem deteriorado a balança comercial brasileira com os EUA.

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Um exemplo sintomático são as dificuldades enfrentadas pelos produtores brasileiros de aço para vender no mercado norte-americano. Na visão de Bastos, com a crise provocada pela pandemia, o protecionismo tenderia a aumentar em uma reeleição de Trump.

“Para a economia brasileira, não haveria uma guinada na política econômica, mas sim um aprofundamento”, resume.

A política interna de um segundo governo do atual presidente dos EUA também prejudicaria o Brasil – e o resto do mundo. Isso porque o programa do republicano prevê menos incentivos à retomada econômica do que o de seu adversário. Isso resultaria, por conta do peso da economia norte-americana, em mais dificuldades – e um prazo maior – para a volta do crescimento no mundo todo.

Um último fator seria o agravamento das tensões entre EUA e China, nas quais o Brasil tem se alinhado automaticamente aos primeiros.

“Se a Huawei, principal empresa chinesa no principal ramo tecnológico tiver o mercado brasileiro fechado, poderá ser muito ruim para o Brasil. Isso porque poderá levar a algum tipo de retaliação. Uma vitória de Trump muito provavelmente levará Bolsonaro a caminhar nesse sentido”, finaliza.