O Brasil vem enfrentando uma grave crise econômica. E com ela, milhões de brasileiros perderam a renda e estão precisando do dinheiro que vem do auxílio emergencial para colocar comida dentro de casa.
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Diante desse cenário, o governo resolveu imprimir uma nota de R$ 200, que começou a circular pelo País nesta quarta-feira (2). De acordo com o Banco Central, a Casa da Moeda vai imprimir 450 milhões de notas ao custo de R$ 146 milhões. Segundo a entidade monetária, o custo de produção da nova nota é de R$ 325 o milheiro.
Com esse valor seria possível pagar, por exemplo, mais uma parcela de R$ 600 do auxílio emergencial para 244 mil pessoas. Ou, reduzindo o auxílio para R$ 300 [valor anunciado por Bolsonaro nesta semana] daria para pagar quase meio milhão de brasileiros.
Na avaliação do doutor em economia pela USP, Emílio Chernavsky, é necessária a impressão de moeda para resolver o problema do acúmulo, já que as pessoas estão ficando com o dinheiro em espécie e fazendo pagamento de forma digital.
Mas para ele, mesmo assim, a decisão do Banco Central é bastante confusa, já que o valor escolhido para a nova cédula é bastante alto. “Pode ser insuficiente para reduzir a escassez e inconveniente para a absoluta maioria das transações que normalmente são feitas em espécie”, explica o economista.
Dinheiro na mão de poucos
Mas quem vive pegando em uma nota R$ 100? Nem todo mundo, já que ela tem um valor alto. E agora, quando se fala em uma nota de R$ 200, o acesso tenderá a ser menor. É possivel ter, mais uma vez, a concentração de um volume maior de dinheiro nas mãos de poucos.
“Isso facilita o acúmulo de recursos nas mãos de agentes que operam com atividades ilegais e que, por isso, evitam transitar pelo sistema bancário. Eles precisarão de menos cédulas para acumular o mesmo volume de recursos ilegais”, alerta Chernavsky.
Ou seja, uma nota com valor alto vai facilitar ainda mais a vida daqueles que estão envolvidos em esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro. E, no fim das contas, vai ser o lobo-guará que vai ficar com a fama de mau-caráter.
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