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Desigualdade de gênero: homens se exercitam por lazer, mulheres por trabalho

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De acordo com o quarto volume da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), com base em amostra de 2019, a desigualdade de gênero prossegue: homens se exercitam por lazer; já mulheres, por trabalho.

Por mais que a igualdade de gênero esteja na pauta há anos, o resultado do quarto volume da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) mostra que há muito a ser feito. A PNS é realizada pelo IBGE e busca entender a percepção do estado de saúde, estilo de vida, doenças crônicas e saúde bucal dos brasileiros.

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Realizada em convênio com o Ministério da Saúde, a pesquisa mostra, por exemplo, que a prática de atividades físicas se dá em diferentes espaços para homens e mulheres. Contudo, nem só os espaços são diferentes, mas a motivação e a intensidade também.

Atividade física é uma necessidade de saúde

Dr. Fabrício Pelucci, médico cardiologista, afirma que a atividade física é fundamental e que o “exercício físico é o melhor remédio”. Nesse sentido, aponta que os benefícios são muitos: “O exercício baixa a pressão arterial, a glicose, o colesterol, melhora o sono, o intestino, a pele, entre outros”.

Mas não é somente para a saúde física que o exercício físico faz bem. A saúde mental também se beneficia da prática de esportes. Dr. Pelucci relembra que os exercícios diminuem a ansiedade, estabilizam problemas de saúde mental e a produtividade no trabalho. Em síntese, o cardiologista afirma que os exercícios melhoram a quantidade e a qualidade de vida e explica que isso está fartamente documentado na literatura médica.

Desigualdade de gênero – Homens se exercitam, mulheres fazem faxina

A quantidade de exercício considerada adequada de atividade física para um adulto, segundo a pesquisa, é de 150 minutos por semana. Nesse sentido, a pesquisa delimita duas faixas de atividade – suficientemente e insuficientemente ativos.

Assim, 34,2% dos homens com 18 anos ou mais praticaram o nível recomendado de atividade física nos seus momentos de lazer. Já entre as mulheres, 21,8% praticavam o tempo necessário de atividade física em serviços domésticos.

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Além de desvalorizado e mal remunerado, o serviço doméstico também é perigoso. De acordo com o trabalho da especialista em engenharia de segurança do trabalho, Aleska Matioski Brasil, “trabalhadoras domésticas estão expostas aos riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes”. Ou seja, apesar de exigir esforço físico, quem pratica tarefas domésticas não tem os mesmos benefícios de quem pratica atividade física por lazer.

Quem se exercita no deslocamento para o trabalho

Além do recorte que mostra a desigualdade de gênero, a PNS trouxe também as desigualdades em relação a cor ou raça. Nesse sentido, um dos grandes achados da pesquisa foi a diferença na locomoção para o trabalho.

Entre brancos e brancas, 28,6% se exercitam pelo menos 30 minutos para ir ou voltar do local de trabalho. Já entre negros e pardos, a porcentagem é bem maior. O mesmo tempo de atividade física ocorreu entre 38,9% das pessoas pretas, 32,8% entre os pardos.

Apesar de benéfica, é preciso levar em conta a segurança da atividade física durante o deslocamento para o trabalho. Atropelamentos de ciclistas e pedestres, além de assaltos e outros tipos de violência são constantemente apontados na mídia.

Outros dados do IBGE

A PNS mostrou que 40,3% dos adultos brasileiros foram classificados como insuficientemente ativos. Ou seja, não praticaram 150 minutos de atividades físicas nem a lazer, nem a trabalho ou se deslocando.

Outro dado importante é o de que 42,6% das pessoas a partir dos 18 anos eram fisicamente ativas no trabalho, levando em conta tanto o trabalho exercido em meio rural, quanto em meio urbano.