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CPI da Covid: Teich volta a apontar cloroquina como causa para demissão

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Segundo depoente na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, o ex-ministro da Saúde Nelson Teich colocou inicialmente a questão da cloroquina no centro de seu relato aos parlamentares.

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Segundo o médico oncologista, havia um pedido explícito para que o Ministério da Saúde endossasse a ampliação do uso de cloroquina no País, medicamento sem eficácia comprovada e com efeitos colaterais.

"Era uma conduta, para mim, tecnicamente inadequada. Existe uma metodologia para incorporar qualquer medicamento", relatou, durante perguntas feitas pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL).

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Teich ficou menos de um mês no cargo. "A questão específica para o pedido [de demissão] era por conta do desejo de ampliar o uso de cloroquina. Essencialmente, era a preocupação com o uso indevido. Isso vale para qualquer medicamento, não só a cloroquina", disse explicitamente.

O médico, entretanto, ressaltou que a questão da cloroquina foi apenas expressão de sua avaliação de que não poderia desempenhar suas funções de forma eficaz contra a pandemia.

"Era mais uma discussão sobre condução. Eu percebi ao longo daquele período que não teria autonomia necessária. [Estava] sem liberdade para conduzir o Ministério. Existia um clima de politização muito grande. Eu vi que as coisas que eu falava eram mais usadas do que ouvidas", relatou.

Sobre a existência de outros núcleos de aconselhamento do presidente sobre a pandemia relatado por Mandetta, Teich foi enfático: "Nem sabia que isso existia".

Entretanto, Teich a indicou, mesmo que deforma indireta, que muitas das ações tomadas pelo Executivo durante a pandemia não passaram pela pasta que comandava, como a produção de cloroquina pelo Exército e a iniciativa de distribuir o medicamento para indígenas.

"Se aconteceu alguma coisa, foi fora do meu conhecimento. Eu tinha uma posição muito clara. Essa discussão não passou por mim. Se tivesse sabido, não deixaria fazer", apontou.