O motoboy Ivanildo Gonçalves confirmou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado que realizava grandes saques de dinheiro e, logo em seguida, realizava pagamentos de boletos no mesmo local. Ele depõe nesta quarta-feira (1º) após o advogado Marcos Tolentino, que deveria comparecer na data, ter sido internado.
Empregado da VTCLog - empresa contratada pelo Ministério da Saúde para armazenar medicamentos e vacinas - Ivanildo é suspeito de ter realizado saques em dinheiro em um volume que ultrapassa R$ 4 milhões. Neste caso, a suspeita é de que os valores eram destinados ao pagamento de boletos de Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde.
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Parte dos senadores e senadoras estranham a dinâmica confirmada por Gonçalves: o saque de volumosas quantias e o pagamento de boletos no mesmo banco. Para os parlamentares, não haveria sentido em realizar o saque físico para que os boletos fossem pagos. Ele afirmou que seu próprio salário era pago por transferência bancária.
Gonçalves afirmou não lembrar exatamente quem eram os beneficiários dos boletos. "O senhor não lembra de ninguém, de nenhum nome?", questionou o presidente da Comissão, Omar Aziz (PSD-AM).
O senador Otto (PSD-BA) apontou que o mecanismo é indício de que a empresa não queria que os pagamentos fossem rastreados.