Após quatro adiamentos, Francisco Maximiano, o dono da Precisa Medicamentos, finalmente presta depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado nesta quinta-feira (19). A presença do depoente, entretanto, frustou os senadores e senadoras.
Maximiano, que obteve o direito ao silêncio para não se autoincriminar no Supremo Tribunal Federal (STF), não respondeu à maioria das questões formuladas pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL).
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Uma das poucas questões respondidas pelo depoente foi a de que conhece o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), um dos políticos envolvidos no caso Precisa.
Calheiros iniciou sua lista de questões abordando o fato de que o grupo econômico à qual pertence a Precisa teve contratos com poder público, nas esferas federal e estadual, que não foram cumpridos. O exemplo mais enfático foi o de um contrato para entrega de medicamentos que não foi concluído. O relator orientava as perguntas no sentido de entender como a empresa conseguiu se credenciar junto ao Ministério da Saúde mesmo com esse histórico. Nenhuma dessas perguntas foi respondida.
O Caso
A Precisa é um dos focos de investigação da CPI, desde que os irmãos Miranda relataram que houve uma pressão incomum para a aprovação da importação do imunizante, de origem indiana.
Segundo eles, Bolsonaro teria mencionado o líder do Governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), como possível articulador de um esquema no Ministério da Saúde envolvido na proposta de compra. Barros foi o formulador de uma alteração legislativa que facilitou os trâmites para a adoção do imunizante no Brasil.
A Precisa representou junto ao governo brasileiro a empresa indiana Bharat BioTech.