O deputado estadual Fausto Vieira (MDB), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde da Assembleia Legislativa do Amazonas, criticou a revogação do decreto de lockdown em dezembro do ano passado após o protestos de parte da população estimulada por políticos contrários à medida no estado.
"Houve prejuízo incalculável", disse nesta terça-feira (29) o parlamentar em depoimento à CPI da Covid no Senado. Dias depois do decreto ser suspenso, ocorreu a crise do oxigênio no estado. De acordo com Vieira, o governador Wilson Lima (PSC) não consultou os deputados estaduais sobre a questão.
"O Legislativo não foi consultado. Essa foi uma decisão estritamente do governo do estado. É importante frisar que havia uma negação da urgência dos casos da pandemia naquele momento e o povo foi pego de surpresa", declarou.
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Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI no Senado, criticou o deputado estadual pelo fato da comissão estadual não ter indiciado Lima, suspeito de ter desviado recursos que deveriam ter sido destinados à saúde. O senador prometeu mostrar aos amazonenses por que Vieira tomou essa decisão, afirmando que quebrará sigilos de empresas que receberam dinheiro do governo estadual e de uma conselheira do Tribunal de Contas do Amazonas.
A sessão desta terça-feira foi marcada por discussões intensas entre o deputado estadual - que afirmou não ter sido possível obter provas contra o governador - e Aziz.
De acordo com outro senador do Amazonas, Eduardo Braga (MDB), ficou "provada a incompetência e desvios no governo do estado”.