O coronel da reserva Helcio Bruno de Almeida não respondeu à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado qual sua relação com o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde.
Helcio Bruno depõe nesta terça-feira (10), na condição de testemunha. Ele obteve um decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que permite que permaneça em silêncio sobre perguntas que possam incriminá-lo. Em questões que não o envolvam diretamente, ele deve dar alguma resposta.
O depoente também se recusou a responder qual tipo de relação tem com o reverendo Amilton. O coronel, entretanto, reconheceu que se articulou com o religioso e com o policial militar Dominghetti para que eles apresentassem uma oferta de venda de vacinas ao Ministério da Saúde.
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Dominghetti representava a empresa Davati, que dizia ter a capacidade de vender 400 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca. O consórcio que produz o imunizante afirma que não se utiliza de empresas de intermediação comercial para fechar contratos com governos. No Brasil, a vacina é produzida em parceira com a FioCruz.
Helcio Bruno afirmou à CPI que conseguiu uma agenda na Saúde para debater a questão das vacinas no "setor privado". O pedido teria sido feito formalmente, e o militar nega ter sido privilegiado por contatos prévios com pessoas que trabalhavam na pasta. A agenda no Ministério teria sido aproveitada para a Davati e o reverendo apresentarem, mesmo sem nenhuma garantia, a proposta de doses da AstraZeneca.
Este é o último depoimento já aprovado pela CPI sobre o caso da Davati.