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CPI da Covid: Choro e bravata no depoimento do reverendo Amilton

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Imagem do site Recontaai.com.br

O reverendo Amilton Gomes de Paula, envolvido no caso da negociação entre Ministério da Saúde e a Davati, chegou a chorar em seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, ocorrido nesta terça-feira (3).

O religioso, ao ser questionado se não suspeitou da viabilidade da oferta da Davati, afirmou que cometeu um erro.

"Hoje de madrugada antes de vir para cá eu dobrei meus joelhos, orei, e peço desculpa ao Brasil, porque o erro que eu cometi não agradou primeiramente os olhos de Deus", disse chorando.

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A Davati ofereceu 400 milhões de doses da vacina Oxford/Astrazeneca. O consórcio afirma que não utiliza empresas de intermediação comercial para negociar com governos. No Brasil, o imunizante é produzido em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz).

Além de não esclarecer como obteve acesso tão fácil ao Ministério da Saúde, Gomes de Paula não explicou como acabou se envolvendo na negociação de vacinas, apenas falando em "razões humanitárias".

Parte dos senadores, entretanto, suspeita que ele tinha intenção de ganhar comissões com a negociação, o que estaria indicado pelo fato de que a entidade que representa ter tentado negociado vacinas com prefeituras.

Ao ser perguntado sobre o fato de que afirmou em uma mensagem ao policial militar Dominguetti, também representante da Davati, ter entrado em contato "com quem manda", o religioso diz que cometeu uma "bravata". Na troca de mensagens, Gomes de Paula faz referência à primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Posteriormente, foi mais enfático ao afirmar que, nesse caso, teria mentido no diálogo.

Durante a sessão, a desconfiança dos senadores de que ele estaria protegendo autoridades apenas cresceu.

"O senhor leva a palavra de Deus e é bravateiro? O senhor pode perder sua credibilidade. Não quero faltar com respeito, mas faça um bem pra o senhor e pra quem acredita na sua palavra. Não jogue sua história como pastor fora. O senhor está protegendo alguém e ninguém merece ser protegido numa brincadeira dessa", pediu o presidente da Comissão, o senador Omar Aziz (PSD-AM).