Carlos Wizard, empresário tido como um dos integrantes do chamado "gabinete paralelo", não compareceu ao depoimento marcado para esta quinta-feira (17) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado. O presidente do colegiado determinou a retenção de seu passaporte.
O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), fez uma fala indignada contra a ausência de Wizard. Anteriormente, a Comissão teve dificuldades em encontrar o empresário.
O depoente havia conseguido uma liminar no Supremo Tribunal Federal para permanecer em silêncio durante seu interrogatório na CPI.
Aziz considerou o não comparecimento como uma afronta ao Senado e, principalmente, ao Supremo, que emitiu uma decisão que não teve utilidade.
"Por que foi ao Supremo, se não iria vir?", perguntou. Para o senador, o ingresso de ações no STF não pode funcionar como "ir na quitanda comprar bombom".
Aziz informou ter sido procurado pelos advogados de Wizard para remarcar a data do depoimento, o que rejeitou. O presidente da CPI afirmou que uma nova data será marcada e, se necessário, "autoridade policial ou oficial de Justiça" conduzirão o empresário ao Senado.
"Determino que seja oficiada a Justiça Federal para que seja retido seu passaporte", complementou Aziz. A ordem deve ser cumprida assim que Wizard chegar ao Brasil.
O auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Marques, responsável pela elaboração de um relatório falso que embasou falas mentirosas de Jair Bolsonaro, também deporia nesta quinta-feira, mas uma reunião não prevista no Senado para debater a MP da Eletrobras fez com que os integrantes da CPI optassem por suspender a sessão de hoje.