Frente à tragédia anunciada com a falta de oxigênio no Amazonas, partidos de oposição cobram e denunciam o governo Bolsonaro em diversas instâncias.
O dia de ontem (14) vai entrar para a história do Brasil como um dos mais trágicos da história do País. O estado do Amazonas, pobre e historicamente esquecido pelos governos, teve um colapso na saúde.
Com a alta hospitalização causada pela Covid-19, a capital do estado, Manaus, ficou sem oxigênio em seus hospitais. Isso causou a morte de doentes de Covid-19 e colocou em risco doentes internados, incluindo bebês recém-nascidos.
O Amazonas tem 62 municípios, porém, apenas a capital do estado tem leitos de UTI. Ou seja, a crise em Manaus antingiu a população de todo o estado, que atualmente tem cerca de 4,2 milhões habitantes.
Mobilização nacional e internacional pela situação do Amazonas
Frente aos horrores da quinta-feira (14), divulgados nas redes sociais por profissionais de saúde, cidadãos e pela imprensa, a sociedade agiu. Artistas se juntaram para comprar cilindros de oxigênio, pessoas organizaram “vaquinhas” online e políticos se moveram. Nesse sentido, ofereceram leitos em outros estados para atender aos doentes do Amazonas.
Entre as trapalhadas logísticas do ministro da Saúde – especialista em logística – Eduardo Pazuello, até o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ofereceu ajuda com o fornecimento de oxigênio ao Brasil.
Oposição se une em críticas e ações contra o governo Bolsonaro
O ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT/SP) mostrou sua indignação pelo que ocorreu em suas redes sociais. Além disso, o médico e atualmente deputado federal vêm denunciando desde o início da pandemia a ação, ou inatividade, dos ocupantes do Ministério da Saúde.
No mesmo sentido, o PSOL fará uma denúncia contra governo Bolsonaro à OMS, pela falta de oxigênio em Manaus. De acordo com nota divulgada à imprensa, o partido solicitará a OMS que “cobre explicações e investigue o governo Bolsonaro”. Além da falta de oxigênio, Bolsonaro e Pazuello ainda insistem na divulgação de medicamentos cuja eficácia no tratamento da doença não é comprovada.
Por outro lado, PCdoB e PT acionaram ainda ontem o Supremo Tribunal Federal para que governo abastecesse Manaus com rapidez. Ainda buscando prevenir que situações idênticas não ocorram, a Rede Sustentabilidade pediu uma prestação de contas ao próprio Ministério da Saúde para saber sobre o estoque de seringas para a vacinação em massa.