Estudo realizado por meio de cooperação entre a Fenae e Associação de Saúde Ambiental e Sustentabilidade (Asas), com participação da USP , vai produzir um “dossiê” sobre os trabalhadores e a pandemia
Cerca de 70% dos bancários da Caixa Econômica Federal atuam em agências e outras unidades do Banco Público onde faltam ventilação, janelas ou abertura para o ambiente externo.
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Os empregados também têm tido contato próximo com colegas e clientes, em menos de dois metros de distância. Há, ainda, registros de falta de máscaras em número suficiente para trocas periódicas.
Os dados estão entre as primeiras conclusões da pesquisa “Covid-19 como uma doença relacionada ao trabalho”, conhecida como “Dossiê Covid”. O estudo também investiga se os empregados da Caixa contraíram covid-19 no trabalho.
Cerca de 40 bancárias e a mesma quantidade de bancários responderam que se contaminaram na Caixa Econômica. Eles estão na faixa etária de 30 a 39 anos e representam o grupo com maior número de trabalhadores adoecidos.
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“As conclusões iniciais do Dossiê deixam claro que a realidade em diferentes unidades da Caixa está na contramão das principais recomendações sanitárias para se evitar o contágio pelo coronavírus: distanciamento social, uso constante de máscara e locais com circulação de ar adequada”, ressalta o presidente da Fenae, Sergio Takemoto.
No banco público, 628 trabalhadores já foram entrevistados pela pesquisa nacional, cujo objetivo é dar visibilidade à relação entre a atividade profissional e o adoecimento por contaminação pela covid-19. Além dos bancários da Caixa, outras categorias profissionais participam do estudo.
A Pesquisa
Para a médica e pesquisadora Maria Maeno - doutora em Saúde Pública pela USP e uma das integrantes que atuam na investigação - a pesquisa com os empregados da Caixa tem um peso maior, já que grande parte deles manteve o trabalho presencial para o pagamento dos benefícios sociais, durante toda a pandemia.
“A pesquisa pode fundamentar a tese de que todos os bancários da Caixa que se expuseram ao vírus ou foram infectados por covid-19, em virtude da atuação profissional, devem ter o trabalho reconhecido como causa presumida”, explica a pesquisadora.
“A voz dos empregados tem que ser ouvida por todos. Eles têm que dar a sua narrativa de como trabalharam e trabalham, em quais momentos eles perceberam os perigos da doença e quais foram as providências tomadas pelas empresas para que eles fossem protegidos”, destaca Maeno.
Expectativa e Protocolos Sanitários
Para a coordenadora do colegiado e secretária de Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-Cut), Fabiana Uehara, é preciso ampliar os critérios de proteção para os bancários que estão trabalhando presencialmente; em especial, daqueles que estão nas agências, onde mais ocorrem aglomerações.
“O número de casos [de contaminação por covid-19] voltou a subir e é alarmante", afirma Uehara.
Segundo Uehara, a Comissão Executiva dos Empregados da Caixa Econômica Federal (CEE/Caixa) encaminhou ofício à direção da Caixa para uma reunião sobre o cumprimento rigoroso dos protocolos sanitários nas unidades da estatal. A proposta da CEE é que a reunião ocorra entre os próximos dias 7 e 11.
Com informações da Fenae