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Cotação das ações: Troca da presidência na Petrobras gera críticas e levanta suspeita de crime

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Imagem do site Recontaai.com.br

A troca promovida por Jair Bolsonaro na presidência da Petrobras tem gerado críticas e está relacionada até mesmo a uma suspeita de prática de crime na Bolsa de Valores. A confirmação do general Joaquim Silva e Luna ainda depende de confirmação pela área responsável pelo pessoal e pelos acionistas da empresa.

Paulo Guedes, ministro da Economia, afirmou que a ação de Bolsonaro gerou “efeitos econômicos ruins“, em mais um episódio de tensão entre os dois. Especialistas na questão questionam a possibilidade da troca realmente baixar os preços dos combustíveis sem uma alteração na política de preços e na reversão do processo de fatiamento e privatização da estatal.

José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da companhia e que mais tempo permaneceu no cargo, reforçou essa posição: “O principal elemento do programa econômico de Bolsonaro é ultraneoliberal e contrário à atuação direta do Estado na economia. A resposta [ao reajuste dos combustíveis] foi muito mais política do que de mudança de trajetória para o que ele quer com a Petrobras”, afirmou à Folha de S.Paulo.

Do outro lado, a maioria dos conselheiros da Petrobras indicados pelo Governo Federal abdicou de sua continuidade nos cargos após o Planalto manifestar a intenção de trocar a presidência. Quatro dos setes indicados pelo Executivo, mesmo tendo sido indicados para renovarem sua permanência, abriram mão do posto. No total, a Petrobras tem 11 conselheiros.

Um dos que deixa o posto, Omar Carneiro de Cunha, foi explícito em criticar a ação de Bolsonaro.

“Em virtude dos recentes acontecimentos, e os posicionamentos externados pelo representante maior do acionista controlador da mesma, não me sinto na posição de aceitar a recondução. A mudança proposta pelo acionista majoritário [a União], embora amparado nos preceitos societários, não se coaduna com as melhores práticas de gestão”, escreveu em nota.

Troca da presidência e crime na Bolsa

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão responsável por regular e fiscalizar as movimentações na Bolsa de Valores, cogita instaurar um processo formal de investigação tendo como alvo operações com ações da Petrobras.

Há uma suspeita de que houve o uso de informações privilegiadas sobre o anúncio da troca na presidência da estatal para obter lucros imediatos. O uso de informações internas pode ser considerada crime.

A suspeita diz respeito a uma compra volumosa de ações da companhia em uma modalidade que fica o preço no momento da venda. A aquisição foi feita no dia do anúncio de Bolsonaro, mas horas antes deste ocorrer. Com a queda no valor das ações após a fala do presidente, essa compra com preço de venda fixado pode ter gerado um lucro instantâneo de cerca de R$ 20 milhões.